Melhor prevenir
Ao se antecipar à realização de desfiles sem autorização, força-tarefa afastou o risco de novos conflitos em áreas de grande aglomeração
O trabalho conjunto e preventivo inibiu a realização de três desfiles de blocos sem autorização programados para o último sábado, demonstrando que, quando há ações de inteligência, é possível se antecipar aos fatos. Os eventos não ocorreram, e o entorno desses bairros agradece.
É necessário destacar que tais iniciativas não são contra os foliões, pois a rua é de todos, e sim contra aqueles que chamam o povo para os eventos sem qualquer estrutura de segurança. Pelas redes sociais, jogam o convite sem qualquer explicação, tipo, vamos nessa, pois é bom à beça. As consequências, quase sempre, são problemáticas, como foi possível verificar em recente evento no Alto dos Passos.
O bairro, aliás, precisa de uma ação permanente. Embora não tenham ocorrido desfiles de blocos, os moradores se assustaram com uma briga de rua, na qual um homem foi espancado por um grupo sem qualquer preocupação com as consequências. A Polícia Militar, é fato, chegou a tempo, mas tal evento, de novo, deixa a comunidade em alerta. Os enfrentamentos eram rotina na região, foram inibidos, mas vira e mexe, como nesse episódio, voltam a acontecer.
O carnaval de rua, que em Juiz de Fora, de novo, não terá os desfiles oficiais das escolas de samba, ganhou forte expressão com a volta dos blocos, como ora ocorre em outros centros, como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, mas o sucesso de tais eventos se consolida com organização. Como a Funalfa tem destacado, as apresentações com respaldo legal só começam no dia 7 de fevereiro, quando haverá uma estrutura própria de acompanhamento e segurança dos foliões.
Às escolas de samba cabe discutir estratégias para sua volta às ruas. Em tempos de crise financeira, impedindo o Poder Público de financiá-las, devem buscar alternativas como eventos em quadras e outras medidas de arrecadação. Até mesmo no Rio de Janeiro, onde o carnaval é uma forte fonte de receita, a prefeitura tem adotado sérias restrições financeiras – com forte viés ideológico, é fato -, deixando para as escolas o financiamento dos desfiles.
São realidades distintas, mas, se pretendem voltar às ruas, as escolas de samba têm que começar, agora, a discutir o carnaval de 2021.