Preocupação coletiva

Com o pagamento do 13º salário e compras de fim de ano, a circulação de dinheiro aumenta, o que gera, de antemão, preocupação da população diante de ondas de assaltos


Por Tribuna

20/11/2022 às 07h00

O Sindicato do Comércio está elaborando documento a ser encaminhado à Polícia Militar no qual pede respaldo da corporação no combate à onda de furtos que está ocorrendo na cidade. O presidente da entidade, Emerson Belotti, destaca que será uma conversa de mútuo interesse, pois os empresários estão dispostos a receber sugestões dos militares sobre as melhoras práticas para evitar os crimes, mas também querem a versão do Estado sobre as causas de tal movimentação.

O documento à PM trata especialmente dos casos registrados na semana na Região Sul da Cidade, destacadamente no Bairro Alto dos Passos, mas ele pode ser interpretado também como uma demanda de outras regiões. Na última sexta-feira, a repórter Sandra Zanela apontou as ocorrências na Zona Norte e conversou com personagens que foram vítimas de furtos. O bairro de Benfica – o maior dele – acumula um histórico de ações que precisam ser coibidas pela Polícia.

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Os dois extremos da cidade têm uma percepção comum. De acordo com Emerson, a sensação de baixo policiamento preocupa. “Não sabemos também como estão as rondas policiais pela cidade. O que notamos é que atualmente existem poucos veículos da PM circulando. Queremos descobrir por qual motivo isto está acontecendo, se é motivado pela falta de efetivo policial ou por outras questões”, destacou.

Um comerciante de Benfica relatou que a retirada do ponto de apoio na praça comprometeu uma região na qual eram registradas as ocorrências. “Queremos saber por que o posto foi abandonado. No Bairro Santa Cruz, onde também deveria ser feita a ocorrência, há problemas administrativos, e muitas vezes a internet não funciona.

Não é de hoje que os postos fixos têm sido desmobilizados sob o argumento de novos modelos de ação. O serviço de vigilância tem sido feito por equipes móveis. No caso da Zona Norte, também há a participação do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco, que atua diretamente nos bairros Vila Esperança I e II e no Miguel Marinho, bairros próximos a Benfica, cujas características carecem de policiamento especializado.

As justificativas da PM contrastam com a percepção da população, que via nos postos fixos uma sinalização que hoje falta em todos os quadrantes da cidade. O recente fechamento do posto na Rua São Mateus, no bairro de mesmo nome, também foi motivo de protestos. Houve um tempo no qual diversas regiões contavam, permanentemente, com dois policiais em cabines espalhadas por pontos estratégicos da cidade. A mudança de procedimento foi frustrante sob vários aspectos, inclusive pelos investimentos que foram feitos.

Em anos mais remotos, os moradores do Bairro Bom Pastor se cotizaram para aquisição de uma unidade móvel para a polícia. Na maior parte do tempo, ela ficava na base de Santa Luzia.

É fato que a cidade cresceu e as políticas de segurança precisam de atualização permanente, mas é necessário que sejam dadas respostas imediatas, sobretudo quando ocorrem ondas como as que oram afetam bairros como Benfica e Alto dos Passos, já tendo também passado pelo Centro, na qual os suspeitos foram presos.

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Com a chegada do fim do ano, pagamento do 13º salário e compras de Natal, a movimentação nas ruas tente a aumentar. Com mais dinheiro circulando, os riscos de furtos e roubos também crescem. A população, é fato, deve tomar seus cuidados, mas cabe ao Estado, através de seus organismos de segurança, garantir que os criminosos sejam impedidos de atuar.

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