Cidade do medo


Por Tribuna

20/07/2017 às 06h02

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, antes mesmo de assumir mais uma interinidade, disse que a segurança no estado estava um caos. Na terça-feira, ele recebeu o prefeito Marcelo Crivella, que foi pedir socorro, e os dois chegaram à conclusão de que Estado e Município não dão conta do problema, carecendo de apoio da União. A Guarda Nacional, emprestada no início do ano, só dá expediente até as 18h. Enquanto isso, o número de ocorrências cresce em proporções geométricas. Os assaltos a transportadoras estão levando empresas a reverem seus planos, pois não há garantia de entrega das mercadorias no seu destino. O Arco Metropolitano, inaugurado com pompas e, de fato, importante para o acesso ao Sul do estado, é uma área de permanente risco. Agora, sem qualquer iluminação, tornou-se mais perigoso ainda.

A discussão do problema do Rio neste espaço se justifica pela proximidade com Juiz de Fora. A cidade, além da identidade cultural, tem com o estado vizinho afinidades comerciais e de turismo. Além disso, quando a situação se aperta, os criminosos migram para a metrópole mais próxima, no caso, Juiz de Fora, como as próprias autoridades policiais já constataram. A Cidade Maravilhosa está se degradando por conta da inércia de suas próprias lideranças, que não enxergam os danos colaterais da violência urbana. Os turistas estão cada vez mais arredios em visitar o principal cartão-postal do país por conta dessa insegurança. Mesmo assim, não há um esforço concentrado para resolver o problema.

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A instância federal, por sua vez, continua sem foco. O Plano Nacional de Segurança, que no início do ano voltou à pauta do Governo, não saiu do papel. O então ministro da Justiça – agora do Supremo -, Alexandre de Moraes, fez uma série de promessas, que não saiu do papel. Assim, não só o Rio mas os demais entes federados estão à espera dos recursos previstos. O país não tem uma política de segurança, e as forças vivem momentos de sucateamento. Enquanto isso, o crime organizado amplia suas ações, fazendo a população refém.

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