Acerto e erro

O Estado será induzido a adotar medidas para ver se serão ou não positivas, mas sempre atento à possibilidade de mudar


Por Tribuna

19/07/2020 às 06h45

Sob a onda branca, desde ontem, a cidade tem novos serviços flexibilizados, mas esse avanço ainda está bem aquém das expectativas, uma vez que vários segmentos continuam sob restrições, a despeito de serem estratégicos para a economia. O Governo de Minas admite distorções e espera superá-las com a abertura de consulta pública sobre o programa Minas Consciente, como destacou o próprio secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, durante entrevista à Rádio CBN na última sexta-feira. Ele alertou, no entanto, que, se houver problemas, a decisão pode ser revista. Mas está otimista. “Não é uma abertura completa, é um pequeno passo para a retomada. São poucas as aberturas que teremos, mas já significam que estamos caminhando”, destacou.

Com um passo de cada vez, a cidade pode ampliar suas atividades, mas é necessário que a população e os demais setores façam a sua parte, mantendo as medidas de segurança necessárias. As aglomerações continuam sendo um ponto nevrálgico na luta contra o coronavírus, pois nem todos entendem que elas são uma das principais matrizes para a contaminação. Pelo país afora, têm sido registradas ocorrências de resistência, com agentes públicos sendo agredidos, física e psicologicamente, por simplesmente cobrarem, por exemplo, o uso de máscara.

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A compreensível ansiedade tem que dar espaço para a paciência, a fim de encurtar o período de isolamento, mas para isso também será necessário bom senso. Se há, é fato, aqueles que querem voltar ao velho normal, outros estão em busca de saídas seguras, mas ávidos em levar a vida adiante, já que a cura, por meio de vacinas, ainda é um dado sem data definida.

O desafio é conciliar interesses. Países que ora flexibilizam suas atividades já viveram momentos críticos, mas fizeram o dever de casa. No Brasil, ainda não se sabe se o tal patamar já foi alcançado ou se ainda haverá novas ondas, o que cria um cenário de incertezas. A percepção envolve acertos e erros, isto é, é necessário adotar medidas para ver se funcionam. O que não vale é simplesmente dizer não sem margem para avaliação.

Mas para isso é necessário compreender que os tempos são outros. Muitos segmentos serão induzidos a voltar ao normal e, de repente, por causa de novos índices, a recuar. Devem, portanto, estar preparados para tais possibilidades, a fim de não serem surpreendidos e perder negócios.

 

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