Agora é a vez da dengue

Aumento do número de casos é preocupante, exigindo engajamento das instâncias públicas e privadas no seu enfrentamento; a população tem papel assertivo nesse projeto


Por Tribuna

19/03/2023 às 07h00

Números da Secretaria Municipal de Saúde revelam que Juiz de Fora já registrou 58 casos diagnosticados e 101 suspeitos de dengue além de quatro casos prováveis de Chikungunya. Na edição de sexta-feira, a Tribuna mostrou ainda que o primeiro Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) de 2023, divulgado pela Prefeitura, em fevereiro, apontou uma taxa 7 de infestação, classificada de “alto risco” pelo Ministério da Saúde.
Os dados, porém, são mais graves. Minas já registrou nove óbitos e outros 40 estão em investigação. Para os especialistas, o estado caminha para o que pode se tornar a maior epidemia de dengue dos últimos anos. Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que nas dez primeiras semanas de 2023 há suspeita de 83.911 casos, o que amplia ainda mais as preocupações das autoridades sanitárias e acendem a luz de alerta para a população. Os números podem ser mais graves, já que nem todos os municípios encaminharam seus dados para o Estado.

Com o encerramento do ciclo das chuvas, o novo período é próprio para a proliferação do mosquito, o que implica, necessariamente, em ações de combate que devem envolver os setores públicos e a própria população. A Prefeitura informou que “por meio do Programa Boniteza, tem realizado mutirões de limpeza com o recolhimento de materiais que acumulam água e vistorias domiciliares para eliminar os focos do Aedes Aegypti.

PUBLICIDADE

O Governo de Minas também está se movimentando. Em nota, anunciou a implementação de projetos de orientação, qualificação e apoio aos municípios, além do envio da Força Estadual de Arboviroses para ações complementares para atuarem em parceria com as equipes municipais em territórios de maior atenção e necessidade.

O sucesso de tais operações depende do engajamento da população. A dengue não é uma doença simples e os próprios números são reveladores. Gastar no máximo 10 minutos de atenção para verificar os possíveis focos do mosquito nas residências leva a resultados importantes. A principal estratégia é evitar o acúmulo de água parada, evitar que ela emposse em possíveis criadouros, como garrafas, latas, plásticos ou próprio lixo, que é comum ficar aberto acumulando água, por ser a forma mais eficaz de diminuir o número de mosquitos, de acordo com os especialistas.

Como as vacinas contra a dengue ainda estão em fase de aperfeiçoamento, a prevenção – como sempre – é a medida mais adequada para essa nova empreitada que assusta a população, ainda sob os ecos da Covid.

As mudanças climáticas, de acordo com especialistas, irão mudar o cenário de endemias, o que exige um acompanhamento da ciência, com a produção de novos antídotos, mas também das comunidades, cuja ação, como as que ora propõem os organismos sanitários, é fundamental para reduzir os riscos.

 

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.