Esforço coletivo

O enfrentamento à pandemia não é uma causa desse ou daquele segmento, e seu combate exige investimentos na saúde e na economia


Por Tribuna

19/03/2021 às 07h00

Durante reunião entre os vereadores e a prefeita Margarida Salomão, na manhã dessa quinta-feira, foi pedido à chefe do Executivo que usasse seus canais em Brasília para cobrar de seus antigos colegas de Congresso a volta do Fundo Social Emergencial. A meta é recuperar uma importante fonte de recursos para os municípios, hoje sobrecarregados com as demandas da pandemia.

A liberação de recursos tem sido um dos pontos prioritários nas discussões, pois afetam todas as frentes.

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O fundo, que o vereador Juraci Scheffer também pretende discutir com seus colegas de câmaras da região, é uma alternativa para as prefeituras. Na entrevista concedida à Rádio CBN Juiz de Fora, também ontem, o governador Romeu Zema garantiu que o BDMG vai retomar a sua linha de crédito para o setor produtivo como ocorreu no ano passado, quando a instituição bateu recordes de financiamento. Por sua vez, o Governo federal trata com o Congresso a aprovação da medida provisória, assinada ontem, que trata da volta de benefícios para os segmentos mais carentes.

Vistos como gastos, tais recursos, no entanto, devem ser transferidos para a rubrica de investimentos por conta do retorno. As prefeituras, principal frente de contato com a população, podem atender melhor as demandas coletivas quando seu caixa está menos impactado. Vale o mesmo para o financiamento às indústrias e ao comércio, pois reflete diretamente na produção. O auxílio emergencial tem repercussão direta no consumo.

Isso posto, a instância parlamentar deve insistir nessa questão, pois não há outro caminho para enfrentar a pandemia pelo viés econômico. Sem tais iniciativas, haverá o somatório de duas tragédias, a começar pela humanitária, que se mostra com uma espantosa média diária de mortes no Brasil, e a econômica, responsável pelo fechamento de lojas e indústrias cujas consequências é o aumento do desemprego.

Quando se constata, por exemplo, o número de ambulantes nas ruas das metrópoles é necessário considerar que boa parte deles está no serviço informal por conta das circunstâncias, e não por vontade própria. Num cenário desse, quando se tomam decisões voltadas para o coletivo, os reflexos são sentidos em várias frentes.

A situação chega a um ponto crítico que deve levar a uma convergência de esforços. Não dá mais para se estabelecer um cabo de guerra envolvendo, sobretudo, agentes políticos. A pandemia é um dado real e atinge todas as faixas econômicas e sociais, exigindo, pois, um enfrentamento coletivo.

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