As ruas falam

Pesquisas apontam para cenários distintos quando se trata da presença ou não do ex-presidente Lula, mas revelam que ainda não há favoritos em meio a tantas apostas


Por Tribuna

17/04/2018 às 06h30

Os números do Instituto Datafolha divulgados no último domingo são emblemáticos: mostram uma corrosão de algumas candidaturas e apontam o surgimento de novos atores. Em suma, o jogo está aberto, sobretudo quando o cenário avaliado não tem na cédula o nome do ex-presidente Lula, ora preso em Curitiba.

Quando tem seu nome colocado, o ex-presidente lidera, mas o impacto da prisão já começa a produzir efeitos. A grande surpresa foi o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. Sem mover um dedo e com sua filiação ao PSB recém-formalizada, bateu na casa dos 10% na sua melhor performance nas várias simulações. Está à frente de velhos conhecidos, como Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, que já foram avaliados em outros pleitos nacionais sem lograr êxito.

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É fato que o jogo ainda não começou de fato, mas as primeiras avaliações servem de alerta especialmente para os candidatos que já viveram a experiência, pois deveriam ter tido um desempenho melhor, especialmente o ex-governador de São Paulo, que até a semana passada comandava o estado mais rico do país e tinha índices aceitáveis de aprovação. O PSDB, como o PT, deve pagar um preço por suas ações e inações nos últimos anos, quando dividiram o comando do país por cerca de 20 anos.

Os eleitores mostraram, também, que já não compram com o mesmo entusiasmo as candidaturas radicais ou dos outsiders. O deputado Jair Bolsonaro, o segundo no cenário com Lula e o primeiro nas demais situações, já não tem mais a mesma performance, sendo ameaçado por Marina Silva, que costuma perder fôlego na chegada, mas que, por enquanto, provoca um empate técnico em todas as simulações sem o líder do PT.

As pesquisas costumam olhar mais para trás do que para frente enquanto as convenções não definem nomes, mas o eleitor, desta vez, tem uma postura distinta, diante de tantas questões na instância política. Ele já se comporta como no período de campanha, o que levará os partidos a agirem com mais rapidez, sob o risco de ver o espaço de seus candidatos ocupado, sobretudo quando surgem nomes distantes do ciclo de denúncias que marca a cena nos últimos anos.

 

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