Pelos bastidores

O mês de março está sendo marcado por um período de intensa articulação política, principalmente por ser o ciclo de mudanças de partido. As filiações já começam a ser feitas, e a inscrição de alguns personagens tem se transformado não apenas em acolhimento do novo confrade, mas também para a apresentação prévia de candidaturas. Faz parte do jogo, mas nada indica que o cenário está definido. Os políticos têm por hábito deixar as grandes definições para o apagar das luzes, quando não há mais tempo para reversão. Por isso, a despeito das primeiras mudanças, tudo só ficará mais claro no dia 7 de abril, quando também se encerra o prazo para desincompatibilização.

Nos bastidores de Belo Horizonte, onde ocorrem as principais conversas, sobram dúvidas e faltam definições, já que ninguém quer mover seu peão antes da hora. Há, é fato, outras questões, como o papel a ser desempenhado pelo governador Fernando Pimentel e pelo senador Aécio Neves. Ambos vivem um ciclo de articulações que será definidor para outros atores. O governador tenta manter o apoio do MDB, mas a direção nacional tenta ganhar também a adesão do PSB que, pelo menos em tese, tem como candidato o ex-prefeito da capital Marcio Lacerda. Nesse caso, a questão é saber se a composição nacional será preponderante. O PSB quer o apoio do PT para reeleger o governador Paulo Câmara, em Pernambuco, e o PT quer reeleger Pimentel em Minas e cobra o apoio do PSB. Alguém vai ser penalizado se esse encontro de contas for adiante.

Mas, como há tempo, de nada adianta definir o cenário se as peças ainda estão em movimento. Nesse contexto, Juiz de Fora ainda espera a definição de vários de seus players que se movem nos bastidores, mas só vão bater o martelo quando a luz dos prazos se apagar. Nesse viés, há um expressivo elenco de personagens. O prefeito Bruno Siqueira já conversa com sua equipe, mas vai esperar; o presidente da Câmara, Rodrigo Mattos, analisa cenários, e o deputado Marcus Pestana vive o dilema de ser o escolhido do PSDB para disputar o Governo – seu melhor momento seria 2014 – ou tentar a reeleição, como é a situação dos demais parlamentares juiz-foranos que tentarão renovar seus mandatos.