Pela segurança do folião
Força-tarefa é implantada para inibir a ação de blocos sem autorização, mas é necessário se preparar para o imponderável, pois o controle do que passa pelas redes sociais é um desafio
A criação de uma força-tarefa, para inibir a convocação de blocos pela internet com pretensão de ir às ruas sem qualquer tipo de autorização, é um dado positivo, pois aponta para o acompanhamento do Poder Público num evento que, sem qualquer tipo de controle, tende a ter problemas. Muitos vão arguir o direito de reunião, mas o que se discute não é a possibilidade de o povo ir às ruas para brincar no pré-carnaval. A autorização vem agregada a segurança dos foliões, estrutura para atendimento, pontos de escape e outras medidas preventivas que se fazem necessária. A convocação aleatória, não.
Ingressando no rol dos municípios que veem nos blocos a alternativa mais viável para os foliões, Juiz de Fora tem que se preparar, inclusive, para tais imprevistos, pois é impossível um controle de postagens via rede mundial. As convocações têm efeito imediato e são multiplicadas em proporções geométricas. A equipe de monitoramento será estratégica nesse processo.
Seria prudente buscar informações em municípios que já têm o carnaval de rua como a sua principal atração, pois sempre há experiências que podem minimizar possíveis danos com eventos aleatórios. Belo Horizonte, que – como já foi dito nesse mesmo espaço – era considerada, até bem pouco tempo, um dos túmulos do carnaval, como São Paulo, deu a volta por cima e tem promovido os maiores eventos, com expectativa, este ano, de cinco milhões de participantes. Tal desafio é redobrado, pois a massa, em tese, vai se esbaldar em eventos controlados. Mas serão mesmo todos?
No ano passado, dois eventos, um em Santa Terezinha e outro no Bom Pastor, causaram grandes transtornos não só para os participantes, mas também para os moradores em Juiz de Fora. Na lista do grupo de monitoramento, há programação para essas duas regiões. Os próximos dias serão emblemáticos, pois é o tempo que resta para avaliar o que virá pela frente.
Os eventos serão proibidos ou vão entrar na lista dos que terão acompanhamento? Com ou sem autorização, eles, certamente, vão precisar do olhar externo para garantir aos participantes um mínimo de estrutura e segurança, sobretudo se se constatar que a rua vai se movimentar de qualquer jeito.