Início de jogo

Faltando mais de um ano para a próxima eleição, os partidos já começam a moldar seus candidatos, mas ainda há incertezas pela frente que precisam ser superadas


Por Tribuna

16/06/2021 às 07h00

Embora de forma tímida por falta de outros atores, a sucessão no Estado começa a ganhar forma com duas candidaturas já postas – mesmo oficiosamente – e outras que ainda estão na fase embrionária. Depois de o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, ter admitido ao portal UOL ser pré-candidato, mesmo ressaltando que tudo pode mudar, ele o governador Romeu Zema são o ponto de referência para o processo.

É fato que legendas como o MDB, PT e PSDB, além do DEM, ainda não se manifestaram, mas a fila, por enquanto, já aponta para a polarização, numa réplica do que pode ocorrer no cenário nacional se não surgir uma sólida candidatura de centro. O PSDB definiu as regras para sua prévia e já antecipou ter candidatura própria à Presidência da República, mas, em Minas, ainda há dúvidas, sobretudo pela ausência de nomes capazes de reverter a polarização. O deputado Aécio Neves está mais preocupado com a reeleição, enquanto o senador Antônio Anastasia, que seria o nome natural da legenda, migrou para o PSD. Não se sabe se ele vai disputar, sobretudo por ter seu nome em diversas listas como um eventual candidato a vice-presidente.

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Mas se faltam candidatos, sobra tempo. Antecipar indicações com tamanha antecedência é um processo que nem sempre dá certo por conta da exposição. Num ciclo de redes sociais ativas, os prematuros pré-candidatos correm o risco de ser defenestrados no mundo digital, daí a estratégia de se deixar para o último momento a definição. Em 1974, quando era prefeito de Juiz de Fora, Itamar Franco só oficializou sua candidatura ao Senado quando faltava um minuto para a meia-noite, quando terminava o prazo de desincompatibilização. Foi eleito num pleito em que a Arena, com a candidatura à reeleição do senador José Augusto, era a favorita. O MDB fez a grande virada nacional naquele ano.

Desta vez, o Senado terá apenas uma vaga, mas seu preenchimento poderá se tornar a moeda de troca no processo de apoio a um candidato ao governo. Romeu Zema e Alexandre Kalil, mesmo sendo detentores de mandato, sabem que vão carecer de acordos com outras legendas, o que, aliás, será um desafio para o atual governador. Em 2018, quando era o azarão e ganhou de goleada de nomes tradicionais, ele era um outsider da política e o Novo fazia a sua estreia em pleitos de tal monta. O partido não teve aliados, mas Zema, a novidade, levou o título.

Quatro anos depois, embora tenha se mantido distante do desgastante jogo político, o governador, por força do cargo e das próprias ações, tornou-se um político e o partido ainda tem problemas na esfera nacional, quando ainda tem incerta uma candidatura à Presidência da República. Mas o jogo só está começando.

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