Wuhan, China, epicentro da pandemia do coronavírus, que surgiu pela primeira vez em dezembro de 2019. De lá até terça-feira da semana passada, dia 11, quando o país asiático registrou o menor número diário de novos casos, se passaram pouco mais de dois meses. O êxito chinês na contenção da doença é visto pelo mundo com certo alívio, diante de sua rápida disseminação por vários continentes, agora principalmente na Europa. Na Itália, onde há maior número de registros, mais de 17 mil pessoas foram diagnosticadas com Covid-19, sendo que a doença já matou 2.500 pessoas.
Mas, voltando à China, é preciso lembrar que foi em meados de janeiro que autoridades chinesas anunciaram medidas severas de combate ao coronavírus. Uma das ações que chamou a atenção foi a imposição de quarentena e isolamento aos moradores das províncias mais atingidas.
Chamaram a atenção as imagens que circularam mundo afora das grandes avenidas de Wuhan, que tem 11 milhões de habitantes, completamente vazias. Também inesquecíveis foram as cenas de pessoas cantando das janelas dos prédios palavras de ânimo, uma vez que não podiam sair de suas casas.
As principais medidas que foram adotadas para conter o avanço da doença na China se repetem, com maior ou menor severidade, em outros países acometidos pela pandemia. Elas incluem restrição de mobilidade dentro e entre as fronteiras; quarentena ou isolamento das pessoas que estão com os sintomas ou foram diagnosticadas com Covid-19; disseminação de medidas de higiene e proteção; e estruturação e organização do sistema hospitalar. No Brasil, especialistas acreditam que haverá uma explosão do número de casos nos próximos dias. Epidemiologistas já defendem adoção de medidas internas semelhantes às adotadas pelo país asiático, incluindo inibir a circulação de pessoas e as grandes aglomerações.
Em Juiz de Fora, onde há, até agora, apenas um paciente diagnosticado como “positivo inicial”, aguardando contraprova do Estado, e 11 casos suspeitos, organizadores de eventos, por conta própria, adiaram ou suspenderam suas agendas. Da mesma forma, alguns setores estão tomando medidas de higiene para reduzir riscos. O Ministério Público, por sua vez, já cobrou das autoridades de saúde um plano de contingência, uma vez que a cidade possui apenas dois leitos de isolamento. Espera-se, contudo, que o Poder Público traga respostas e estratégias mais rápidas. Como alertam os especialistas, não é prudente esperar dados consolidados. É melhor observar a evolução da doença nos outros países e aprender com as medidas já adotadas.