Sai ou fica

Com janela partidária e desincompatibilização, políticos começam a dar forma aos palanques que vão se formar para as eleições de outubro


Por Tribuna

14/03/2018 às 06h30

Com a janela partidária aberta, fruto da mudança da legislação, já é possível acompanhar as primeiras defecções nos partidos e os arranjos que estão em curso para formação dos palanques eleitorais. Ainda há muita água para passar por baixo da ponte. Muitos políticos vão deixar sua definição para a última hora, sobretudo por haver uma conjugação de datas. No início de abril, a janela fecha, e também termina o prazo de desincompatibilização daqueles que precisam deixar seus postos para disputar. Em Minas, o governador Fernando Pimentel, se buscar a reeleição, não precisa sair, salvo se optar pelo Senado. Nesse caso, tem que encerrar sua gestão no dia 7 de abril.

O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira, para qualquer cargo que se apresenta nas eleições de outubro, tem que sair dentro do prazo. Tanto ele quanto Pimentel, respeitadas as devidas proporções, são emblemáticos para o jogo político. O governador, com a busca da reeleição, articula a permanência do MDB na sua base, fato, aliás, que deflagrou a desfiliação do deputado Rodrigo Pacheco. Ele quer disputar o Governo, mas, sem a vaga garantida, vai se mudar para o DEM na próxima segunda-feira.

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O prefeito Bruno Siqueira fechou a noite em Belo Horizonte, mas não disse qual seria a sua agenda. Ele é peça do xadrez político em várias situações. Se permanecer na Prefeitura, será convidado a atuar como cabo eleitoral de vários projetos. E, em permanecendo no MDB, terá o dilema de seguir as orientações da legenda, que deve ficar com Pimentel, ou apoiar como dissidente o deputado Rodrigo Pacheco. Na última sexta-feira, quando o deputado recebeu o título de Cidadão Honorário de Juiz de Fora, o prefeito não só prestigiou o evento como criticou o Governo de Minas.

Mas Bruno também pode se desincompatibilizar sem definir, de pronto, qual seria o seu projeto. Há opções para o Senado, a Câmara Federal ou a Assembleia Legislativa. Aí dependerá de seu poder de articulação, pois em todas as opções já há candidatos em demasia. Como prefeito da maior cidade da Zona da Mata e cumprindo o seu mandato, tem poder de barganha, mas só o tempo dirá.

 

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