Remediar e prevenir
A cidade precisa de ações para resolver as demandas imediatas, mas o combate aos efeitos das chuvas deve levar a um planejamento capaz de facilitar a liberação de recursos
Na edição desta terça-feira, a Tribuna fez um levantamento completo dos efeitos das chuvas nas várias regiões da cidade, abrangendo, ainda a Zona da Mata, também bastante afetada pelos temporais. O quadro é preocupante, pois boa parte não tem estrutura para combater o problema e vive uma situação sazonal: todos os anos, no verão, as chuvas têm graves consequências. Também nesta terça-feira, durante debate na Rádio CBN Juiz de Fora, o tema foi a pauta ante a necessidade de se discutir medidas imediatas para remediar a situação da comunidade e projetos preventivos, para mudar essa situação.
Falando pelo Governo, a secretária Cidinha Louzada trouxe boas notícias, sobretudo quando acentuou o incremento de discussões coletivas – com a participação de vários órgãos – para avaliar o que deve ser feito. Além disso, enfatizou o levamento ora em curso da situação da Prefeitura. Vários órgãos estão sucateados a despeito, como foi dito acima, de as consequências das chuvas serem anuais.
Olhar para traz é apenas uma referência, mas a questão central é ver o que deve ser feito daqui por diante. Juiz de Fora é uma cidade crítica, por estar num vale com uma topografia complexa. Ademais, os rios que chegam ao Paraibuna têm seu curso assoreado, carecendo de projetos urgentes, a fim de reter o fluxo das águas que se torna cada vez mais intenso com a ampliação da impermeabilização de ruas e avenidas.
Ideias não faltam, mas, como bem lembrou a secretária, é necessário elaborar projetos que convençam os técnicos de Brasília, especialmente, a liberarem recursos. Essa é uma questão recorrente: os projetos que chegam às áreas técnicas são precários. A necessidade de discussões e elaboração de documentos factíveis é uma das prioridades a serem levadas adiante, sobretudo ante a dimensão dos problemas que afetam a cidade no ciclo das águas.
Sem dragagem há anos, o Rio Paraibuna fica acima do nível de vários bairros, especialmente da Zona Norte, o que leva não só a alagamentos, mas também a refluxos dentro das próprias residências. Para esse trabalho a Municipalidade carece de equipamentos. Os primeiros levantamentos apontam para uma inquietante situação.
No seu discurso de posse, a prefeita Margarida Salomão revelou reuniões com todos os parlamentares, independente da filiação partidária, para fazer de Juiz de Fora uma demanda de todos. A busca de recursos para minimizar os riscos das chuvas, mesmo a que a médio prazo, é uma pauta necessária que pode inaugurar essa colaboração.