Mãos amigas

Juiz de Fora tem diversos organismos e voluntários que dão suporte às vítimas do câncer, por reconhecerem que, além da prevenção, é preciso ser solidário no enfrentamento à doença


Por Tribuna

11/10/2022 às 07h00

O câncer de mama foi responsável por 50 mortes por dia no Brasil em 2021. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta uma incidência comum em todas as regiões do Brasil, com exceção da Região Norte, na qual prevalece o câncer de colo do útero. Os números são preocupantes, daí a importância de campanhas como o “Outubro Rosa”, que destaca a necessidade da prevenção.

A Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e o próprio Inca recomendam que mulheres de 50 a 69 anos façam mamografia a cada dois anos caso não tenham nenhum sintoma ou histórico familiar. A Sociedade Brasileira de Mastologia é mais conservadora e indica os exames a partir de 40 anos. No caso de a doença em família for em parente de primeiro grau, o exame deve ocorrer a partir de 25 anos.

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A prevenção é uma ação permanente, mas, diante de números tão expressivos, o suporte para a pessoa que contraiu a doença, e também aos seus familiares, deve ser um projeto coletivo. No último domingo, a Tribuna inaugurou uma série de matérias mostrando iniciativas voluntárias e institucionais que buscam confortar familiares em tratamento. São projetos de fundamental importância para o paciente e seus familiares, uma vez que a doença, além dos tratamentos tradicionais – como cirurgias em vários casos, ou medicamentos quimioterápicos -, exige, ainda, acompanhamento psicológico.

O paciente, tão logo é informado da doença, carece de suporte, que se estende ao seu entorno, sobretudo pelo desconhecimento de como fazer após o diagnóstico. Os voluntários e as entidades de apoio são fundamentais nesse processo. Não raro, são registrados casos de parceiros que, pelo fato de não entenderem o que ocorreu, optam por desfazer a relação num momento em que a parceria é vital. As redes de apoio também atuam nessa questão, pois têm expertise em considerar que muitos rompimentos são fruto da ignorância sobre a doença. Dar assistência à família é, portanto, uma pauta necessária.

Juiz de Fora conta com várias entidades na prestação desse trabalho. Sob supervisão da editora Rafaela Carvalho, a estagiária Nayara Zanetti fez um levantamento completo dos organismos que atuam na rede de apoio em Juiz de Fora. São projetos que vão da prevenção ao pós-doença, cumprindo toda uma etapa para a recuperação.

O “Outubro Rosa” tem como propósito alertar para a importância da prevenção e do apoio às pacientes, mas também visa quebrar tabus. Se diagnosticados na fase inicial, a maioria dos casos tem cura. Em tempos de redes sociais, a discussão se estende a segmentos que até bem pouco tempo não tinham a menor informação. Hoje o cenário é outro, mas é preciso fazer do cuidado um processo permanente. Prevenir é sempre melhor do que remediar, mas o apoio a quem contraiu o câncer tem a mesma importância.

No próximo domingo, a Tribuna volta ao tema, desta vez abordando o tema: “Autoestima durante e após o tratamento”. Até o fim do mês serão mostradas outras ações de apoio às mulheres e aos seus familiares.

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