Necessário desafio

Revitalização do Centro é uma proposta para recuperação de uma área – como na maioria das metrópoles – que passa por precarização ante a falta de investimentos


Por Tribuna

10/11/2021 às 22h21

A revitalização do Centro da cidade é uma demanda necessária e desafiadora, pois implica alocação de recursos, criatividade e poder de persuasão para vencer o status quo. Por mais de um mandato, várias ações foram implementadas, mas nenhuma na proporção necessária. Foram medidas pontuais que carecem de complementação. Na sua segunda gestão, o prefeito Tarcísio Delgado, por meio do então secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, João Vitor Garcia, chegou a ensaiar a retirada do comércio ambulante de ruas e avenidas e alocá-lo num espaço próprio, como o Shopping Oiapoque, de Belo Horizonte. Pensou-se no estacionamento do Espaço Mascarenhas, mas não avançou.

Como a Tribuna destacou na edição de ontem, outras tentativas foram discutidas nas gestões de Custódio Mattos, Bruno Siqueira e Antônio Almas. No primeiro mandato de Bruno Siqueira, o ponto de referência era um terreno na esquina das ruas Batista de Oliveira e Braz Bernardino, até hoje desocupado por conta de pendências. Em suma, não houve avanços.

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Na manhã de ontem, a prefeita Margarida Salomão anunciou o encaminhamento de uma mensagem à Câmara para tratar dos ambulantes, hoje espalhados por vários pontos. A meta é instalá-los na Praça do Riachuelo, devidamente regulamentados, implicando a sua plena retirada da Avenida Getúlio Vargas. Houve duplo avanço: a praça, hoje, a despeito de todos os investimentos, ainda é um ponto crítico de segurança, o que pode mudar com a sua ocupação. Especialistas em espaços urbanos destacam que a ocupação é o melhor remédio contra a ação do tráfico e outros ilícitos. Daí, se revitalizada estruturalmente e com novos ocupantes, todos ganham, inclusive o comércio formal já instalado na região.

O segundo ponto é a articulação do tráfego na área central com a inauguração do Viaduto Hélio Fadel, ligando a Rua Francisco Bernardino à Avenida Brasil. Vai implicar ampla mudança, inclusive da Área Azul, o que dá margem para esperadas alterações em benefício comum. Hoje, por conta da ocupação das calçadas, os usuários do transporte coletivo penam, especialmente na Avenida Getúlio Vargas, sem pontos, como os da Avenida Rio Branco e com calçadas congestionadas.

Há ações de médio e longo prazo que devem estar na agenda permanente da administração, incluindo o próprio modelo de transporte, que há tempos precisa de modernização. Ao dar o primeiro passo com sua mensagem à Câmara, a prefeita Margarida Salomão inaugura um novo estágio na área central. Cidades do primeiro mundo já perceberam há mais tempo que a revitalização é uma necessidade, pois garante qualidade de vida coletiva e ativa regiões que podem funcionar a todo tempo e hora

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