Nas terras de Minas

Duplicação dos trechos críticos e instalação de divisórias devem ser prioridades das concessionárias, pois salvam vidas dos muitos usuários na BR-040


Por Tribuna

10/08/2017 às 07h00- Atualizada 10/08/2017 às 07h40

As concessionárias podem até ter razão quando dizem que o Governo – o poder concedente – tem o hábito de mudar as regras com o jogo em pleno andamento, mas deviam, por sua vez, considerar que, quando entram numa concorrência, essa possibilidade já deveria ter sido levada em conta. O mesmo raciocínio vale para o fluxo de usuários, que tem sido mote para uma série de inações, já que é bem menor do que o previsto, provocando redução no faturamento. A Via 040, ouvida pela Tribuna, não descarta a possibilidade de sair da concessão entre Juiz de Fora e Brasília por conta desses desacertos.

As empresas de capital privado têm o lucro como meta principal e é do jogo, mas devem levar em conta que ele só é possível em ciclos mais extensos, havendo um período de maturação. As rodovias brasileiras estão um caos, mas a 040, nos dois sentidos, ainda é uma das melhores. Por isso, os investimentos para sua recuperação são menores se for levado em conta o que há em outras estradas. Mesmo assim, há muito por fazer, bastando ver os números.

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De acordo com dados da Polícia Rodoviária, somente este ano, 48 pessoas morreram no trecho entre a divisa de Minas com o Rio de Janeiro e o município de Conselheiro Lafaiete, o que compreende uma malha de 220 quilômetros. Embora seja menor, se comparado com o período anterior, o número ainda é alto, sobretudo quando as causas são evitáveis. A falta de duplicação do trecho e a inexistência de divisórias em vários pontos nos dois sentidos têm sido multiplicadoras de acidentes, somando-se, é fato, à imprudência dos motoristas.

As concessionárias argumentam que as obras estão em curso, mas dependem de licenças ambientais e de investimentos federais e não dão garantias de conclusão. A Serra de Petrópolis, outro problema grave da rodovia, continua à mercê da burocracia, que não dá uma solução para a conclusão das obras de duplicação e a conclusão do túnel. Em direção a Brasília, a preferência foi pelo trecho goiano, embora nas terras de Minas estejam os maiores problemas. As ocorrências são a prova material dessa prioridade.

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