Quebra de acordo

Empresas ganham concorrências com preços baixos e depois ficam sob o risco de não ter capital para levar as obras adiante


Por Tribuna

09/12/2017 às 06h30

Empresas ganham concorrências com preços baixos e depois ficam sob o risco de não ter capital para levar as obras adiante
Obras paralisadas e canteiros abandonados são cenas recorrentes pelo país afora. Em boa parte dos casos, a causa é única: o dinheiro para execução do projeto foi insuficiente. A justificativa das empresas se prende basicamente à defasagem entre o que foi acordado e o que está sendo executado. Esse argumento, porém, é pífio, oriundo dos tempos em que a inflação era galopante e, por consequência, impedia qualquer projeção de longo prazo.

Sem se prender a um caso específico, vários projetos não vão adiante não por falha no processo licitatório, mas por apostas dos competidores em fazer renegociação dos custos no decorrer da obra, isto é, jogam o preço para baixo para vencer a concorrência, na expectativa de recuperá-los numa segunda rodada de conversações. Quando isso não acontece – e nem deveria -, a inadimplência leva à paralisação do empreendimento.

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A situação do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos é um desses casos. A empresa, em nota encaminhada à Tribuna, admitiu que recebeu os repasses do Município, mas não teve meios de levar o trabalho à frente. A Prefeitura avalia o caso e não descarta, sequer, o cancelamento do contrato. Essa situação, aliás, foi vivida em várias etapas do Hospital Regional, ao lado do Terminal Rodoviário de São Dimas.

O ponto em comum é que nenhuma das obras, a despeito de seu início há longo tempo, foi concluída. Os trabalhos começam e param, numa agonia para os eventuais usuários e um problema para os contratantes, já que não se chega a um final. O resultado são canteiros de obras formando um quadro de abandono, repassando a impressão de desperdício de dinheiro público.
As licitações, a despeito de todo o cuidado que as cercam, deviam impor cláusulas que evitassem esse tipo de problema. Caso contrário, os empreendimentos públicos continuarão à mercê de idas e vindas sem um final feliz.

 

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