Espaço democrático
Entrevistas e debates são importantes para o eleitor, sobretudo por darem margem ao contraditório estabelecido pelos próprios candidatos
Durante um mês e meio, mantendo a tradição de vários pleitos municipais, o Grupo Solar de Comunicação sabatinou os 11 candidatos e candidatas à Prefeitura de Juiz de Fora, dos quais ouviu propostas de todos os níveis para a próxima gestão, a ser inaugurada no dia 1º de janeiro de 2021. Os entrevistadores, Ricardo Ribeiro, Renato Salles e Gabriel Ferreira Borges, de forma incisiva, mas respeitosa, cobraram dados e pontuaram, quando estes estavam mais no campo das especulações do que factíveis. Da mesma forma, os candidatos reagiram de forma republicana, a despeito dos questionamentos.
Mobilidade, segurança pública, saúde e educação foram os temas centrais, mas as discussões também passaram por eventos surgidos ao curso da campanha, por conta do olhar atento dos entrevistadores, que estão inseridos diretamente na rotina da cobertura eleitoral. A jornada, porém, ainda não terminou.
No dia 12 de novembro, numa parceria do Grupo Solar de Comunicação com a UniAcademia, os 11 candidatos e candidatas estarão frente a frente para o último debate antes das eleições, programadas para o próximo domingo. Será o momento derradeiro para, sempre sob o viés republicano, apresentarem suas diferenças e se colocarem diante dos eleitores, o verdadeiro juiz, que dará sua sentença nas urnas de domingo.
Como em todo pleito municipal, as paixões afloram e, em muitas vezes, acabam resvalando em princípios éticos, sobretudo com o incremento das redes sociais. Em tempos recentes, quando elas ainda eram ensaios ou de uso restrito, o embate se dava nas ruas. Agora, com a situação agravada pela pandemia do coronavírus, a arena mudou. O espaço digital tornou-se o principal espaço para divulgação de propostas e também trilha para o perigoso jogo da desconstrução.
Os desafios são muitos para os próximos gestores e também para a legislatura da Câmara Municipal. Diante de um cenário de incertezas econômicas e sem data para uma mínima volta à nova normalidade, os primeiros momentos serão cruciais, sobretudo por significarem as mudanças que foram apresentadas ao curso da campanha.
Com cerca de 600 mil habitantes, Juiz de Fora não se esgota em suas divisas. Por ser polo de uma região com influência direta na vida de mais de 1,5 milhão de pessoas, tem, ainda, o papel de liderar a Zona da Mata, missão que seu dirigente terá que abraçar, pois só dessa forma a região como um todo – e com benefício coletivo – será ouvida nos fóruns de Belo Horizonte e de Brasília.