Mobilidade urbana

Enquanto as cidades não conseguem tirar os veículos da sua área central, investimentos na construção de túneis e pontes são fundamentais para a qualidade do trânsito


Por Tribuna

08/10/2021 às 07h00

O acidente de quarta-feira na Avenida dos Andradas foi um infortúnio de viés eminentemente pessoal, mas sua repercussão no trânsito dá margem para a retomada da discussão sobre a mobilidade na cidade. Por causa do atendimento às três vítimas, a via teve que ser fechada. Os agentes e os policiais foram ágeis na tomada de providências, para garantir a segurança de quem estava na região e o fluxo de carros, mas foi inevitável a retenção em áreas próximas, por ser a Andradas uma das avenidas com maior fluxo de veículos de Juiz de Fora, especialmente à tarde, quando a volta do trabalho é um dado relevante.

No processo de renovação da concessão da MRS, uma das propostas envolve a alocação de recursos para construção de novos viadutos na cidade. Seria estratégico se um deles servisse para a transposição da linha férrea na altura do Mergulhão. Com isso, o fluxo em direção à Zona Norte, em vez de passar pela Andradas e terminando na altura do Museu Mariano Procópio, seria integrado à Rua Mariano Procópio em toda a sua extensão.

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Com cerca de 600 mil habitantes, Juiz de Fora, como as demais metrópoles, vive o debate diário em torno da mobilidade. A inauguração em breve do viaduto ligando a Rua Francisco Bernardino à Avenida Brasil, na altura do antigo Terreirão do Samba, é uma medida importante, por reduzir a carga de tráfego da Rua Benjamin Constant, mas outras regiões também devem passar pelo mesmo processo.

Viadutos e túneis, a despeito de não serem o melhor dos mundos, foram incorporados à paisagem urbana diante do crescimento abissal do número de veículos. Como se trata de um processo cuja reversão ainda vai levar tempo, não dá para esperar o colapso do sistema.

As principais cidades da Europa já fazem severas restrições aos automóveis, dando prioridade – como deve ser – ao pedestre e a veículos ambientalmente aceitáveis, mas até se chegar a essa patamar há várias etapas a serem vencidas. Ademais, a falta de recursos é uma realidade, mesmo diante de projetos envolvendo a ocupação das ruas. Sem recursos, é impossível fazer tais adaptações.

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