Nova vocação
Diante de um calendário com tantos feriados, muitos deles emendados com o fim de semana, o setor empresarial já começa a rever sua postura de ver em tais eventos um problema para fechar o mês, já que as vendas caem, e a produção segue no mesmo caminho. Como a Tribuna mostrou na edição de domingo, o comércio e serviço, especialmente estes segmentos, já avaliam a possibilidade de fazer do limão uma limonada, em vez de ficarem presos ao discurso pessimista que até então era uma constante. A cidade pode combinar os feriados com eventos de negócio, como já ocorre em alguns centros. Cria-se, a partir daí, uma nova vocação.
Polo de uma região e no eixo das três principais capitais do país, Juiz de Fora tem que tirar algum proveito dessa logística, pois tem meios para isso. O Aeroporto da Serrinha encontrou uma vocação para voos executivos, enquanto o Regional é rota de importantes companhias aéreas. Sua distância de Juiz de Fora não é empecilho, pois, nos grandes centros, os terminais aeroviários também estão distantes, com o agravante do trânsito. O que é preciso melhorar na região é a condição da pista. A MG-353, que liga Juiz de Fora a Coronel Pacheco e se estende até Goianá, carece de investimentos para se tornar viável.
A obra do Governo estadual ligando-a à BR-040, pelo acesso em João Ferreira, também mostrada pela Tribuna na mesma edição, não resolve o problema, a despeito de ser importante para tirar da área urbana o trânsito pesado, hoje obrigado a passar pelo Centro da cidade. Só que, para garantir, inclusive, a vocação industrial do Aeroporto Itamar Franco, se faz mister resolver os gargalos que se formam pela falta de acostamento e de duplicação. O novo acesso não impedirá a fila de veículos e nem os riscos pela passagem de caminhões de grande porte.
Juiz de Fora tem uma boa rede hoteleira e um Centro de Convenções que precisa ser otimizado, a fim de garantir eventos que atraiam turistas. Para tanto, porém, é preciso vencer a resistência do próprio Estado, que faz dele, hoje, um elefante branco, subutilizado e carecendo, inclusive, de uma via de acesso sem passar, necessariamente, pela BR-040. Se vê, portanto, que a cidade pode mudar seu perfil, mas são grandes os desafios.