Plano de voo

Acidente com um jato pode servir como referência para que sejam acelerados os projetos de revitalização do Aeroporto da Serrinha


Por Tribuna

05/11/2017 às 07h00

O acidente envolvendo um jato no Aeroporto da Serrinha, que, felizmente, não teve vítimas, e os danos no aparelho foram mínimos, serve de referência para a situação do terminal aeroviário, há algum tempo carecendo de investimentos. Com a inauguração do Regional, entre Goianá e Coronel Pacheco, as companhias aéreas migraram, ficando o Serrinha para voos de menor porte e de particulares. Há um claro movimento pela sua revitalização, que ganha corpo com recentes iniciativas do Município e do próprio Estado, que admite participar no rateio dos investimentos. O episódio de terça-feira provavelmente servirá de impulso para as negociações, pois uma das metas é instalar aparelhos mais modernos e promover o retorno dos funcionários capacitados no controle das operações. Nos últimos meses, todo o trabalho tem sido visual, sem orientações da torre, que são vitais para a segurança dos pousos e das decolagens.

O Aeroporto da Serrinha é palco de antigas discussões sobre a sua eficácia. Há quem entenda ser um terminal com sérios problemas de localização, não apenas pela extensão da pista, mas também pelo constante nevoeiro, que compromete a visibilidade. Mesmo com o controle de instrumentos, o pouso é sempre precário em tais situações. Há cerca de cinco anos, foi palco de uma tragédia, quando oito pessoas morreram, quando o avião que as conduzia não alcançou a pista. E havia controle de torre, mas o tempo era impraticável para o pouso.

PUBLICIDADE

Sempre se falou em modernização dos equipamentos, sendo um deles capaz de permitir pousos e decolagens em condições adversas, mas estes nunca chegaram a ser instalados. É razoável lembrar que a pista do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, responsável pela maior parte dos voos da Ponte Aérea, tem praticamente as mesmas dimensões. É fato que está ao nível do mar, mas são os equipamentos que respondem pela segurança.

Há empresas interessadas em utilizar o terminal de Juiz de Fora, mas essa discussão só avança se houver investimentos. Há uma licitação em curso, mas a parceria Município-Estado tem que sair do papel, a fim de garantir recursos suficientes para a modernização do local. Caso contrário, será retomado o velho dilema de outros tempos: voos atrasados ou adiados por conta do tempo, causando danos aos usuários, que frequentemente eram remetidos para os aeroportos do Rio ou de Belo Horizonte, esticando a jornada, que, de minutos, se transformava em intermináveis e cansativas horas.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.