Debate permanente

Discutir a terceira idade é fundamental para adoção de políticas públicas que insiram pessoas acima de 60 anos na temática das cidades


Por Tribuna

04/05/2021 às 07h00

Por iniciativa da Câmara Municipal, a partir do dia 9, haverá uma semana inteira dedicada à terceira idade (veja programação no Painel), quando serão discutidas demandas de pessoas acima dos 60 anos que continuam pendentes no dia a dia das cidades. Os idosos, a despeito dos muitos avanços, ainda têm conquistas substanciais pela frente, sobretudo no ciclo da pandemia e quando há o entendimento de que há muito deixaram de ser inabilitados, inclusive, para o mercado de trabalho.

Há algumas décadas, uma pessoa quando chegava aos 50 anos era considerada velha e, consequentemente, apartada de várias ações. Os tempos são outros em decorrência dos avanços da ciência, e a longevidade consciente foi adiante. O homem de 50 anos ficou para trás, e a terceira idade, agora na faixa dos 60, é uma mera referência, pois a aptidão para o mercado vai bem mais à frente.

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Esse entendimento, no entanto, ainda precisa ser introjetado no espaço de discussão. Um dos temas da promoção da Câmara pega uma carona na questão racial e destaca que vidas idosas importam, chamando a atenção para as políticas públicas que precisam ainda ser implementadas. Os idosos, é fato, foram colocados na fila da frente no processo de vacinação contra a Covid-19, mas, como os demais, vivem, agora, o dilema da segunda dose. Muitos por não terem retornado aos postos para receber a nova parcela; outros, por conta do Governo, que não disponibilizou lotes suficientes para a segunda rodada.

Nesse aspecto, Juiz de Fora também vive esse dilema para quem foi vacinado com a Coronavac.

Mas a questão vacinal é apenas parte da discussão. Quando se fala em idoso é necessário destacar que importante parcela continua sendo a principal gestora financeira familiar. E aí reside um problema: há um acentuado volume de ocorrências nas quais esses personagens são explorados por pessoas próximas, algumas vezes por emoção, outras por pressão e até ameaças de agressão.

É necessário ficar atento a esse problema que perpassa todas as faixas sociais. Para tanto, adotar a conscientização como um projeto de governo é fundamental, pelo menos, para minimizar os danos. Para tanto, a atualização das leis também deve ser uma das metas.

A Semana do Idoso é uma referência, mas a discussão sobre a terceira idade deve ser uma agenda permanente, porque muitos já estão nessa faixa, e outros tantos precisam entender que, um dia, salvo percalços da própria vida, vão chegar lá.

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