A educação como ferramenta de igualdade de gênero


Por Jessica Fonseca, Graduanda em Jornalismo Estácio/JF

27/01/2021 às 07h10- Atualizada 28/01/2021 às 15h57

Desde o momento do seu nascimento, muitas decisões sobre sua vida são feitas por outras pessoas, seja o seu nome, que tipo de entretenimento você irá consumir, para qual time você vai torcer, entre outros, até você tenha idade suficiente para tomar decisões por si mesmo. Existe, entretanto, algo que vai além disso, baseado em algo além dos gostos peculiares que seus pais podem ter: o gênero com que você nasceu.

Nascer mulher tem um significado muito expressivo no mundo. Por muitos, é considerado o “gênero fraco”, além dos diversos desafios, como, por exemplo, a violência contra a mulher, que, de acordo com o Monitor da Violência sobre feminicídio, representou 1,2% dos casos em 2019. A luta por direitos considerados básicos ainda está presente todos os dias.

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Malala Yousafzai, de Mingora, Paquistão, sempre teve uma paixão por estudar, morava no Vale Swat e escrevia um blog utilizando um pseudônimo para falar sobre a luta pelo direito ao estudo das mulheres. Ela tinha apenas 15 anos quando foi baleada na cabeça por talibãs por ser considerada uma ameaça para o controle. Seu crime foi se manifestar sobre o estudo para as mulheres no seu país. Yousafzai, após sofrer esse atentado, se mudou para o Reino Unido, onde reside atualmente, e, em 2014, ela se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Nobel da Paz. O prêmio foi concedido por seu trabalho pelo direito das mulheres à educação.

Mesmo com histórias como essas presentes no nosso dia a dia, a mulher enfrenta essa diferenciação de tratamentos com relação aos homens o tempo todo, e em áreas que, com ações simples, isso não existiria mais, como cargos de poder e salários. Um dado que demonstra isso é o levantamento mensal feito pela Inter – Parliamentary Union sobre mulheres em poderes parlamentares, que colocou o Brasil em 143º no seu ranking mundial mais recente, com apenas 75 de 513 colocações, o que representa 14,6%, e apenas 11 de 81 colocações superiores, apenas 13,6% do poder. Esses números não representam apenas cadeiras sendo ocupadas por mulheres em posições de poder, mas também um silenciamento delas na tomada de decisões sobre suas próprias vidas. Quantas pessoas tomam a decisão sobre as mudanças na sua vivência sem tê-la experienciado? Quantos votos sobre feminicídio são decididos por mulheres?

A luta da mulher para ser tratada com igualdade é travada desde o começo dos tempos, desde a luta pelo voto e, até mesmo, para receber o mesmo salário que o colega de trabalho, que exerce a mesma função que ela. A educação é o pilar que possibilita a construção de pensamento crítico e a possibilidade de qualificação para ocupar posições de poder.

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