Protesto de caminhoneiros interdita BR-040 em JF, Matias e Barbacena
Manifestação contra aumento de preços dos combustíveis é realizada em diversas rodovias federais em Minas Gerais e Rio de Janeiro
Um protesto nacional de caminhoneiros contra o aumento sistemático nos preços dos combustíveis provoca retenção em vários pontos de rodovias do Estado de Minas Gerais desde a noite deste domingo (20). Em Juiz de Fora, os caminhoneiros se concentraram no km 780 da BR-040, próximo ao trevo que liga a rodovia à BR-267. De acordo com motoristas que estão no local, a pista está bloqueada nos dois sentidos, e apenas carros de passeios são liberados para seguir viagem. Uma fila de caminhões se forma no local. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão no ponto, conforme os manifestantes.
Próximo a Juiz de Fora, existem outros dois pontos de retenção na BR-040: em Matias Barbosa, no km 808, e em Barbacena, no km 699. Em ambos os casos, os caminhões parados ocupam os dois sentidos da rodovia. Nesses locais, o trânsito está liberado para veículos leves e ônibus. Somente veículos de carga estão parados. A PRF não recebeu, por parte dos manifestantes, previsão de liberação das pistas.
A Tribuna esteve na altura da BR-040 em Matias Barbosa, no início da manhã, mas nenhum manifestante quis se pronunciar, e a informação era a de que não havia um líder do movimento para dar entrevistas em nome do grupo. No local, a fila de caminhões estacionados no acostamento já chegava a dois quilômetros, pouco antes das 9h.
Na tarde desta segunda, a concessionária Via 040 informou que a rodovia federal registra, no Km 700, em Barbacena, “trânsito lento com 5 km no sentido Rio de Janeiro e 4 km no sentido Belo Horizonte”. De acordo com a nota enviada à imprensa, a concessionária atua “em conjunto com a PRF”, realizando a sinalização no local. A abordagem segue somente para caminhões, com a passagem liberada para demais veículos.
Ainda na BR-040, há outros outros pontos de bloqueio: no km 628 (Conselheiro Lafaiete), no km 616 (Congonhas) e no km 497 (Esmeraldas). O km 511 (Ribeirão das Neves) chegou a ficar interditado, mas foi liberado no meio da manhã. Também em Minas Gerais, estão interditados parcialmente os km 455 da BR-381 (Belo Horizonte), km 513 da BR-381 (Igarapé), km 368 da BR-262 (Juatuba), km 617 da BR-381 (Oliveira), km 690 da BR-381 (Lavras), km 504 da BR-251 (Francisco Sá), km 361 da BR-381 (João Monlevade) e km 412 da BR-262 (Igaratinga). Somente veículos de carga estão sendo retidos nestes pontos.
Nas demais rodovias no entorno de Juiz de Fora a situação é tranquila. De acordo com o comandante do 1º Pelotão da PMR, tenente Júlio César de Almeida, “até o momento, nas rodovias estaduais de responsabilidade da 4ª Cia PRV, Juiz de Fora, Ubá e cidades vizinhas, não há nenhuma interdição ou movimento de caminhoneiros”.
Rio de Janeiro
Já no Estado do Rio de Janeiro, há alguns trechos de maior impacto com bloqueio total, como na BR-393 (Rio-Bahia), que está interditada em ambos os trechos na altura do km 104, próximo a Sapucaia (RJ). Porém, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que os caminhões estão parados nos acostamentos, reduzindo o impacto da manifestação sobre o trânsito nas estradas.
Situação semelhante ocorre na Rodovia Presidente Dutra – principal via de ligação entre os estados do Rio e São Paulo. Há manifestantes nos km 275 a km 278. O protesto, segundo a PRF, causa estrangulamento e congestionamento. Na altura de Seropédica, na Baixada Fluminense, também há protesto, mas os caminhoneiros ocupam o acostamento.
De acordo com a PRF, há registros de protestos ainda em da BR-101 (Rio-Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense) e com retenções no municípios de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Reivindicações contra aumento do óleo diesel e cobrança de pedágio
Conforme informações da Agência Brasil, os caminhoneiros aprovaram a paralisação, em assembleia, reunindo 120 sindicatos e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) em protesto ao reajuste no preço do óleo diesel e à cobrança de pedágio, quando eles trafegam vazios e com os eixos dos caminhões suspensos.
A CNTA informa que responde por um milhão de caminhoneiros em todo o país. As queixas sobre a cobrança de pedágio se refere principalmente às rodovias estaduais no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso.
Os caminhoneiros pedem ainda a criação de um subsídio ou a redução da carga tributária, Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social que custam 13% sobre o valor do diesel e ICMS, mais 16%, e somados representam mais de 50% do custo do frete praticado.