Ubá pode ser oficializada como capital estadual da indústria moveleira
Reunião na ALMG discutiu ações de fomento para o desenvolvimento do polo moveleiro
Empresários de Ubá e outros municípios da Zona da Mata se reuniram com a Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir estratégias de fomento ao desenvolvimento da região. Dois projetos de lei foram apresentados pelo deputado Coronel Henrique (PSL) com a proposta de estimular a economia regional. Um deles, o PL 515/19 propõe declarar Ubá como a capital estadual da indústria moveleira. Já o outro, PL 516/19, institui oficialmente a criação do polo moveleiro.
Apesar de gerar 14 mil empregos diretos e movimentar bilhões de reais por ano, conforme dados apresentados à ALMG, o polo moveleiro ainda não existe formalmente em lei. Para o deputado Coronel Henrique, que solicitou a reunião, a instituição oficial do núcleo, definindo as cidades que o integram, pode ajudar a fortalecer a cadeia produtiva local, o aporte de recursos para pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias dentro da perspectiva do desenvolvimento sustentável. Além de Ubá, são reconhecidas como integrantes do polo as cidades de São Geraldo, Guiricema, Visconde do Rio Branco, Guidoval, Rodeiro, Guarani, Piraúba e Tocantins.
Outro ponto destacado durante a reunião foi a vocação da Zona da Mata para o turismo de negócios. A Femur, feira de móveis e decorações realizada no Horto Florestal de Ubá, integra o calendário oficial de eventos da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, segundo a superintendente de Gastronomia e Marketing Turístico, Marina Simião. A próxima edição será realizada entre 20 e 23 de janeiro de 2020. Segundo ela, o turismo de negócios é um dos focos da atual gestão no Estado, e outras possibilidades de levar eventos para a região estão sendo estudadas.
Sustentabilidade
O prefeito de Ubá, Edson Teixeira Filho, informou que os donos de indústrias de móveis enfrentam muitos problemas com o licenciamento ambiental. Ele afirma que há fábricas que estão instaladas há 40 anos na cidade e, de repente, são surpreendidas com a não renovação da licença e o recebimento da notificação sobre o fechamento. “Não queremos empresas que trabalhem na ilegalidade, mas também não podemos deixar que esses empresários sejam massacrados e perseguidos.” Ele pediu maior atenção do Governo ao sistema de licenciamento ambiental, de modo a permitir que a região continue se desenvolvendo.
O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá, Áureo Barbosa, disse que a intenção é transformar o polo moveleiro em um centro de inteligência e de soluções para o setor de móveis, na busca de eficácia, sustentabilidade e eficiência fiscal. Ele ressaltou que existe um amplo trabalho de pesquisa para desenvolver matérias-primas ecologicamente corretas. Também já existe um projeto para produzir energia alternativa com os resíduos gerados pelas fábricas.
Infraestrutura
As primeiras indústrias moveleiras começaram a se instalar em Ubá na década de 1960. Atualmente são mais de 300 empresas na região, que carece de investimentos em infraestrutura. Os empresários e gestores apresentaram outras reivindicações como melhoria dos hospitais Santa Isabel e São Vicente de Paula, em Ubá, que atendem a toda a demanda dos municípios vizinhos.
Outra solicitação do prefeito é a de que o Corpo de Bombeiros local seja transformado em uma companhia independente e melhor equipada. Com relação ao turismo, foi pedida a liberação de recursos para a construção de um cineteatro em Ubá, em terreno que já foi doado pela Prefeitura.