Convênio prevê recuperação de mais de cem nascentes em Visconde do Rio Branco
Projeto tem previsão de duração de quatro anos e inclui abertura de barraginhas, cercamento de nascentes e recuperação de áreas degradadas
A Prefeitura de Visconde do Rio Branco, a cerca de 130 quilômetros de Juiz de Fora, assinou uma parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), para a realização de um projeto que visa a recuperação das nascentes da Serra da Piedade. O local já é uma área de proteção ambiental e possui os principais mananciais que abastecem o município. Conforme a Prefeitura de Visconde do Rio Branco, o projeto tem previsão de duração de quatro anos e inclui abertura de barraginhas (pequenas bacias para captar enxurrada), cercamento de nascentes e recuperação de áreas degradadas, e será ampliado para a Serra de Santa Maria.
Visconde do Rio Branco é a primeira cidade a firmar convênio com a UFV para recuperação ambiental. A área circunscrita na Serra da Piedade pela equipe do departamento de Geografia da UFV compreende 400 hectares de terra, onde serão recuperadas em torno de 120 nascentes. “As Serras da Piedade e Santa Maria são onde nascem nossos mananciais, estão devastadas, com pouca vegetação. Nunca é tarde para começar, mas o município perdeu muitos anos”, afirmou o prefeito de Visconde do Rio Branco, Iran Silva Couri (PT).
O professor chefe do Departamento de Geografia da UFV, André Luiz Lopes de Faria, afirmou que já está sendo preparado o viveiro da Prefeitura, pois serão necessárias 104 mil mudas de árvores nativas que serão a proteção das nascentes, além das cercas e arames. “Estes 400 hectares da Piedade foram calculados com a medida estabelecida em lei, que é um raio de 50 metros em torno da nascente. Ou seja, é muito trabalho, plantio, adubação e cuidados. A universidade tem expertise muito grande neste tipo de trabalho mas, apesar disso, temos dificuldade de entrar nos municípios. Vamos monitorar as áreas pelo menos uma vez por mês nestes quatro anos, observando o crescimento, a vazão do rio, a infiltração das barraginhas. O resultado é a longo prazo, cerca de cinco anos, mas se protelar mais a situação poderá piorar e todos sofrerem consequências”, explicou.