Delegado diz que bandidos gargalharam e comemoraram morte de PM

Grupo faz parte de uma quadrilha especializada em roubos de bancos em pequenas cidades. Um suspeito está foragido


Por Michele Meireles

13/07/2017 às 12h50

“as duas pessoas que estavam na caçamba da caminhonete como reféns contaram em depoimento que os criminosos gargalharam muito e disseram ‘matamos o policial'”, disse o delegado Felipe Ornelas. (Foto: Arquivo pessoal)

Os bandidos que mataram o cabo da Polícia Militar Marcos Marques da Silva, 36 anos, em Santa Margarida, Zona da Mata, na última segunda-feira (10), comemoram quando o tiro acertou a cabeça do militar. A informação foi passada pelo delegado de Matipó, Felipe Ornelas, que investiga o caso. Em entrevista à Tribuna, a autoridade policial disse que, em um dos vídeos que flagraram o momento da morte do militar, é possível ouvir os assassinos rindo. Além disso, “as duas pessoas que estavam na caçamba da caminhonete como reféns contaram em depoimento que os criminosos gargalharam muito e disseram ‘matamos o policial'”, disse o delegado.

Segundo Felipe Ornelas, quatro assaltantes participaram da ação. O delegado disse eles fazem parte de uma quadrilha que age há pelo menos cinco anos e que é formada por cerca de dez pessoas. “Eles começaram fazendo roubos de toda sorte, depois se especializaram em roubos de bancos e já agiram diversas vezes na região e em cidades distantes também. Eles sempre escolhem municípios pequenos, aqueles que têm pouco efetivo policial. Eles são um grupo fortemente armado, e, em cada roubo bem sucedido que fazem, conseguem se estruturar melhor, comprar armas”, comentou.

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Felipe Ornelas disse três dos criminosos, de 23, 27 e 31 anos, foram pegos no dia do crime na Zona Rural de Santa Margarida. Com eles foram apreendidos armas de grosso calibre, munições, toucas e cerca de R$93 mil. Eles foram ouvidos e levados para o presídio de Abre Campo, e, de lá, foram transferidos para Ponte Nova, onde a unidade prisional tem um aparato maior de segurança.

O quarto integrante está foragido. “O advogado deste homem nos procurou e negociou sua entrega. Na tarde de ontem (quarta-feira), fomos a um local que tínhamos combinado para a rendição, mas ninguém apareceu”, contou Felipe Ornelas.  As buscas por ele continuam. O delegado tem 10 dias para concluir o inquérito a partir da data das prisões. O grupo deve ser indiciado por latrocínio, sequestro e formação de organização criminosa.

 

Dinâmica do crime

Conforme o delgado Felipe Ornelas, o grupo começou agindo na agência da Sicoob, de onde conseguiu levar um malote com mais de R$90mil. De lá, seguiu para a agência do Banco do Brasil. “Eles já chegaram atirando contra a porta de vidro e contra a porta giratória, e pegaram os dois reféns. Mesmo com as mãos para o alto, como vimos no circuito de câmeras da agência, o vigilante Leonardo José Mendes foi baleado no peito. Eles sabiam que naquele horário o cofre era aberto, o que indica que o roubo foi planejado, mas nesse dia ele ainda estava fechado. O grupo fugiu sem conseguir levara nada do banco”, comentou.

Após o roubo frustado, os dois reféns então seguiram com os bandidos para a caminhonete Fiat Toro, onde foram usados como espécie de escudo. “Foi durante a fuga que eles atiram e matam o policial. Os reféns ficaram no veículos mais cerca de dois minutos e foram liberados, os bandidos seguiram para a Zona Rural”, comentou Felipe Ornelas. Possivelmente eles se perderam na localidade e acabaram pegos. “O trio começou a subir uma pedreira, mas foram vistos pelos policiais que estavam na aeronave da Polícia Civil”, comentou.

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