Zona da Mata e Região Metropolitana de BH sofrem com as chuvas

Quatro pessoas morreram em Urucânia, a cerca de 240 quilômetros de Juiz de Fora; outras quatro cidades da Zona da Mata foram afetadas


Por Tribuna

05/12/2017 às 12h24- Atualizada 05/12/2017 às 13h51

A terça-feira (5) está sendo de muito trabalho nas cidades da Zona da Mata que sofreram com as fortes chuvas que caíram nos últimos dias em Minas Gerais. Entre os municípios mais afetados estão Urucânia, onde já foram confirmadas quatro mortes, e Rio Casca, onde pessoas ficaram ilhadas e a força da água destruiu um trecho da MG-329, que liga a cidade a Ponte Nova. Também foram atingidas as cidades de Piedade de Ponte Nova e Santa Cruz do Escalvado, com registros de alagamentos e quedas de barrancos. Moradores ficaram ainda sem energia, telefonia e água. Em Barbacena, o muro de uma escola caiu.

A Defesa Civil já contabiliza seis mortes em todo o Estado. Há ainda desaparecidos. Quatro dos óbitos foram constatados em Ponte Funda, localidade rural de Urucânica, a cerca de 240 quilômetros de Juiz de Fora. O Corpo de Bombeiros ainda está em trabalho de buscas e resgates na região. Os corpos já foram identificados, mas as identidades ainda não foram divulgadas. Na área urbana, houve alagamento e diversos deslizamentos de terra em muitas áreas de encostas na noite de domingo. O município ainda contabiliza o número de pessoas desalojadas, mas informa que não há vítimas fatais na área urbana. Os Bairros Bandeiras e a Vila Rural Jatiboca ainda estão sem energia e sem abastecimento de água. O nível da água abaixou no município, e, nesta terça-feira, o comércio e serviços da cidade estão com funcionamento normal.

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Barbacena

Foto: Corpo de Bombeiros de Barbacena

Em Barbacena, cidade a cerca de 100 quilômetros de Juiz de Fora, as fortes chuvas de segunda derrubaram um muro que fica ao lado da Escola Tony Marcos de Andrade, no Bairro Nove de Março. A estrutura, segundo os Bombeiros, desabou sobre o imóvel localizado ao lado, derrubando parte de uma garagem onde duas vans estavam estacionadas.

Uma delas ficou parcialmente destruída e a outra completamente soterrada nos escombros. Não houve vítimas. A escola teve parte de sua estrutura comprometida. Os alunos já se encontram de férias. A Defesa Civil foi acionada, e os agentes da pasta ficaram responsáveis em acionar uma retroescavadeira para retirar a van soterrada.

 

Rio Casca

Quinze militares do Corpo de Bombeiros foram enviados para Rio Casca, município distante cerca de 270 quilômetros de Juiz de fora, no fim da noite de segunda. O rio Casca transbordou e deixou ilhados moradores dos distritos de Águas Férreas e Vista Alegre. Segundo a corporação, a água atingiu quase totalmente as moradias dos dois distritos, que ficam cada um de um lado do rio.

Os militares resgataram 15 moradores, entre eles idosos e outras pessoas com dificuldade de locomoção. Alguns dos militares precisaram atravessar algumas áreas a nado para conseguirem chegar até os pontos de resgate. Na manhã desta terça-feira, já não chovia mais na região, e o nível da água estava abaixando. O trecho da estrada ainda não foi reparado, e é preciso usar rotas alternativas para acessar a cidade.

De acordo com o boletim da Defesa Civil do Estado, a Polícia Militar de Rio Casca informou que na segunda-feira diversas vias da localidade ficaram alagadas e inacessíveis. Foi registrada ainda a queda de uma ponte na área Central do município, onde o nível das águas chegou a aproximadamente 2,10 metros de altura. Toda a área comercial foi atingida pela força das águas. No fim da noite, os moradores ainda estavam sem acesso a energia e internet em alguns bairros. A Tribuna ainda não conseguiu contato com a Prefeitura, que também estava sem telefone, para saber se os serviços já haviam sido restabelecidos.

 

Piedade de Ponte Nova

Foto: Leila Soares
A Unidade Básica de Saúde da comunidade de João Ferreira Gomes também ficou inundada. (Foto: Leila Soares)

Já em Piedade de Ponte Nova, cidade vizinha a Rio Casca, moradores e Prefeitura unem esforços para limpar ruas da cidade e dar início aos reparos em casas e outras construções afetadas. De acordo com a secretária de saúde do município, Leila Soares, as águas do Córrego dos Martins saíram da sua calha e atingiram cerca de 30 residências na parte baixa da cidade. Ela relatou ainda que ocorreram vários deslizamentos de encosta que atingiram outras casas. Algumas pessoas foram encaminhadas para a casa de amigos e parentes. A distribuição de água potável chegou a ser interrompida, mas já está restabelecida.

Conforme a secretária de saúde, não chove na cidade desde a noite de segunda. Leila disse que caminhões-pipa fazem a lavagem de ruas e tratores auxiliam retirando terras de barrancos que cederam.

A Unidade Básica de Saúde da comunidade de João Ferreira Gomes também ficou inundada. O local já está sendo limpo e deve voltar a atender na tarde desta terça.

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Santa Cruz do Escavaldo

Em Santa Cruz do Escavaldo, a 250 quilômetros de Juiz de Fora, as chuvas do domingo provocaram a inundação de grande parte da cidade. As águas do Ribeirão Escalvado saíram de sua calha aproximadamente 2,60 metros, mas na noite desta segunda-feira a situação voltou ao normal. Segundo a Polícia Militar, a contagem de desabrigados ainda está sendo realizada, mas, até o momento, estima-se que 20 famílias estejam desalojadas. Doações de mantimentos, materiais de limpeza e roupas para ajudar os afetados podem ser entregues na igreja do Bairro São Mateus, Zona Sul de Juiz de Fora. Os materiais podem ser entregues das 8h às 21h. A igreja fica na Rua São Mateus, 629.

A princípio, a contagem de desalojados está sendo realizada apenas na Zona Urbana da cidade, já que a Zona Rural encontra-se inacessível. O comércio do município foi atingido e encontra-se fechado nesta terça-feira. A energia elétrica e os serviços de telefonia foram retomados na noite desta segunda, mas a cidade ainda sofre com o desabastecimento de água. O município não tem registro de vítimas e desaparecidos na área urbana. A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil informou que acompanha a evolução das chuvas no Estado.

Morte e desaparecimento na região Metropolitana de BH

A forte chuva que atingiu Belo Horizonte entre domingo e segunda-feira provocou o transbordamento de alguns córregos, alagamento de vias, quedas de muro e árvores. A Defesa Civil Municipal registrou 108 ocorrências. A de maior gravidade foi a queda parcial de uma residência localizada no Bairro Minas Caixa, onde três pessoas sofreram ferimentos leves.

Em Ribeirão das Neves, região Metropolitana de Belo Horizonte, uma idosa de 80 anos morreu  após sua casa ser alagada. Conforme boletim da Defesa Civil, ela não teria conseguindo sair do imóvel e morreu por afogamento. Ela foi encontrada pelos militares do Corpo de Bombeiros e equipe do Samu já sem vida no interior do imóvel.

Em Vespasiano, também na região Metropolitana, o Corpo de Bombeiros Militar procura por um homem que desapareceu quando tentava pegar peixes na  lagoa do Morro Alto. Ele teria se desequilibrado, caído e ainda não foi encontrado.

 

Criança morre em Perdizes 

Em Perdizes, região do Alto Paranaíba, uma criança de seis anos morreu após cair em um bueiro e ser arrastada pela enxurrada. Segundo a Defesa Civil, o fato ocorreu às margens da rodovia MGC-462, perímetro urbano do município de Perdizes. Testemunhas informaram que duas crianças brincavam às margens da rodovia, em uma vala por onde corria água de chuva. Uma delas caiu e foi encontrada já sem vida.

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