Investigador e dois despachantes são presos pela Polícia Civil
Operação Mau Despacho foi desencadeada em Carangola contra fraudes em documentos de veículos para clonagens e financiamentos
Um investigador da Polícia Civil de 36 anos e dois despachantes, de 33 e 53 anos, foram presos durante a operação Mau Despacho, deflagrada na quarta-feira (3) no município de Carangola, na Zona da Mata, a cerca de 240 quilômetros de Juiz de Fora. O objetivo da manobra desencadeada pela Polícia Civil é combater fraudes na emissão de documentos de veículos naquela cidade, voltadas para clonagens e financiamentos. Agentes da 36ª Delegacia, com apoio de policiais da sede da 4ª Regional de Muriaé e do Serviço de Inteligência, cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no esquema criminoso.
Os despachantes tiveram seus escritórios vasculhados, sendo recolhidas mídias e documentos com indícios de adulteração, que seriam posteriormente protocolados junto à delegacia. O investigador é suspeito de integrar o grupo, facilitando a execução do crime.
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, um dos despachantes detido chegou a confessar a prática e relatou ter lucrado mais de R$ 5.500, somente desde janeiro. A adulteração de documentos envolveria CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) e CRV (Certificado de Registro do Veículo) referentes ao primeiro emplacamento de veículos de outros estados.
O esquema permitiria a obtenção de financiamentos junto a instituições financeiras e atuação no segmento de clonagem de veículos, fomentando, ainda, o mercado negro de furto e roubo. Com os documentos de porte obrigatório em mãos, os golpistas conseguiam “esquentar” qualquer veículo com as mesmas características.
Ainda conforme a assessoria, o policial civil passou mal ao ser comunicado da prisão e precisou de atendimento médico de emergência. Posteriormente, ele foi encaminhado para a Unidade Prisional Especial da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Já os despachantes foram encaminhados a uma prisão comum. As investigações continuam “para identificar a extensão e o alcance das ações do grupo criminoso”.