JF volta a receber protestos contra Temer
Atualizada às 19h36
Juiz de Fora voltou a sediar manifestação popular contra o Governo do presidente Michel Temer (PMDB), em especial, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que trata da reforma da Previdência. Entre outros pontos, o projeto de autoria do Palácio do Planalto quer universalizar a idade mínima de 65 anos para requerimento de aposentadoria. Iniciada na Praça da Estação, no fim da tarde desta sexta-feira (31), a mobilização atendeu a agenda nacional de protestos e foi convocada por sindicatos, movimentos sociais e pelo Fórum Sindical, que reúne várias representações das categorias que compõem o funcionalismo público.
A concentração teve início às 16h. A mobilização, de fato, uma hora depois. A partir daí, representações de sindicatos e entidades de classe se alternaram ao microfone de um caminhão posicionado no local para validar suas explanações contra as reformas trabalhista e previdenciária, vistas como ataques aos direitos e interesses dos trabalhadores. Por volta das 17h15, a mobilização engrossou com a chegada de professores de rede municipal que estavam reunidos em assembleia.
Pouco antes das 18h, os manifestantes saíram em passeata pela Avenida Francisco Bernardino, a partir da Praça da Estação, Rua São Sebastião, Avenida Getúlio Vargas e Rua Halfeld. Na avaliação da organização, o ato contou com a presença de 2 mil pessoas na Praça de Estação e de até 20 mil pessoas durante a caminhada. A Polícia Militar não fez estimativas acerca do número de pessoas que participam.
Ao microfone, representantes de sindicatos, entidades de classe e partidos de esquerda defenderam a organização de uma greve nacional. O esforço tem por objetivo barrar propostas das reformas trabalhista e previdenciária, vistas como prejudiciais aos direitos dos trabalhadores. Nova mobilização deve ser realizada no próximo dia 28. Gritos pedindo a saída do presidente Michel Temer (PMDB) foram constantes entre presentes.
Trânsito
O ato unificado contra as reformas do Governo provocou um verdadeiro nó no trânsito em toda a área central. Houve relatos de gargalos intensos em vias importantes, como as avenidas Getúlio Vargas, Olegário Maciel, Andradas, Brasil, Rio Branco, Francisco Bernardino e Itamar Franco, além das ruas Santo Antônio, Espírito Santo, Paula Lima, São Mateus e Floriano Peixoto. O Centro de Controle e Monitoramento da Settra acompanhou a manifestação e divulgou alertas por meio do Infotrans. Segundo a plataforma Waze Radio, a velocidade média nestas vias chegou a variar entre 11 e 13 quilômetros por hora. Em alguns locais, os veículos ficaram totalmente parados.
Pelo país
Pelo menos 20 estados e o Distrito Federal realizaram manifestações contra a reforma da Previdência. Grupos convocados por centrais sindicais e movimentos sociais também se manifestaram contra o projeto de terceirização, aprovado na Câmara na última semana. No Rio de Janeiro, por volta das 17h, manifestantes se reuniam na Candelária. Participaram do ato a Central Única dos Trabalhadores e dos Trabalhadores do Brasil; Brigadas Populares; Movimento Unificado dos Servidores Públicos (Muspe); Frente Brasil Popular entre outras. A Avenida Presidente Vargas, na altura da Candelária, sentido Praça Mauá foi interditada por volta das 17h30. A passeata seguiu pela Avenida Rio Branco que também foi fechada, segundo o Centro de Operações da Prefeitura.
Em São Paulo, os manifestantes ocuparam a Avenida Paulista. O ato, liderado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, é contra a terceirização do trabalho e a reforma da Previdência. Eles também pedem a saída do presidente Michel Temer. O grupo pretendia seguir em caminhada até a Praça da República. Por volta das 16h40, a Avenida Paulista estava completamente bloqueada nos dois sentidos. Às 18h35, os manifestantes estavam próximo ao Theatro Municipal.