Último debate entre os candidatos a reitor


Por Guilherme Arêas

28/01/2016 às 17h03

Debate foi realizado no Teatro Pró-Música e transmitido em tempo real pelo YouTube (Foto: Olavo Prazeres/28-01-16)
Debate foi realizado no Teatro Pró-Música e transmitido em tempo real pelo YouTube (Foto: Olavo Prazeres/28-01-16)

As duas chapas que disputam a Reitoria da UFJF participaram nesta quinta (28) do último debate do segundo turno antes das eleições, que acontecem semana que vem. O professor Marcus David, da chapa 1, discutiu propostas com o ex-superintendente do HU, Dimas Augusto, da chapa 3. Sem grandes confrontos, o encontro ocorreu em clima morno, sendo fechado à comunidade acadêmica. Na pauta, os temas foram recorrentes, tratando de restrição orçamentária e financeira da universidade, da vinculação dos dois grupos a ex-reitores e também de questões envolvendo graduação, pós-graduação e qualificação de técnicos e professores. O debate foi realizado no Teatro Pró-Música e transmitido em tempo real pelo YouTube. A transmissão teve atraso de pouco mais de 40 minutos, devido a um problema no link.

O debate foi dividido em quatro fases, sendo a primeira para a apresentação das chapas; a segunda para perguntas entre os candidatos; a terceira para perguntas enviadas pelos internautas por e-mail e a última para as considerações finais. Os candidatos dividiram o tempo com réplicas e tréplicas, sob a mediação de integrantes da comissão eleitoral.
Na primeira fase, da apresentação de propostas, Marcus David voltou a criticar o modelo de gestão da universidade dos últimos anos. Ele disse que é necessária a “ruptura completa” com o modelo anterior e defendeu uma universidade mais democrática, com planejamento, ouvindo os setores. O titular da chapa 1 ainda reconheceu a importância do HU para a comunidade acadêmica e externa, reforçou o compromisso para a construção de Governador Valadares e demonstrou apoio à manutenção da carga horária de 30 horas para técnicos-administrativos.

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Dimas, por sua vez, elencou uma série de propostas que pretende implantar em Governador Valadares e Juiz de Fora, destacando a necessidade de um diagnóstico e de divulgação da situação orçamentária e financeira da universidade e também das obras. O candidato também disse que, para a escolha dos pró-reitores, serão levados em conta critérios técnicos, mantendo diálogo “franco e aberto” com a comunidade. Além disso, propôs a criação de um site para divulgação de todos os atos administrativos da universidade, além de aperfeiçoar a gestão de contratos.

Marcus David questionou Dimas sobre a viabilidade de suas propostas, as quais segundo ele, teriam um “impacto orçamentário muito forte” em um período de crise econômica. Dimas reconheceu que há dificuldades em relação aos repasses e que será preciso discutir as prioridades junto à comunidade, principalmente no custeio da universidade. Em relação às obras, afirmou que a UFJF possui R$ 158 milhões em restos a pagar e que será necessário cobrar do Governo federal o repasse desse dinheiro. David rebateu, afirmando que há uma “tentação no período eleitoral” de apresentar propostas de interesse da comunidade, dizendo que a instituição possui hoje um dos menores orçamentos de sua história e que é preciso discuti-lo profundamente. Por fim, Dimas afirmou que caberá ao reitor tomar decisões apoiado por equipes técnicas e que não irá deixar de trabalhar por causa de eventuais cortes que possam surgir.

 

Gestões anteriores voltam à pauta

Questionamentos sobre a vinculação política dos candidatos voltaram ao debate durante a fase da participação dos internautas. Em uma das perguntas, sobre qualificação e capacitação de técnicos e professores, Marcus David foi questionado sobre as ações realizadas durante “os oito anos que esteve à frente da Pró-reitoria de Administração”, citados de forma errônea, em referência ao mandato da ex-reitora e hoje deputada federal pelo PT Margarida Salomão (1998-2006). O candidato corrigiu a autora da pergunta, respondendo que ocupou o cargo por quatro anos, “enfrentando um período duríssimo da gestão pública no Brasil, com profundo arrocho da universidade”. Ele ainda se comprometeu com o investimento tanto na qualificação quanto na capacitação dos trabalhadores.

Já o candidato da chapa 3 foi questionado a respeito do apoio do ex-reitor Henrique Duque (2006-2014), se seria capaz de “passar a limpo” a história da UFJF e resolver pendências com o Tribunal de Contas da União (TCU). Dimas classificou a associação como “constrangedora” à comunidade das faculdades de Medicina e Engenharia e ao HU, já que ele e Hélio tiveram ampla votação nas duas unidades. “No momento, ele não nos apoia. Se ele (Duque) vota, qualquer voto é importante. Não temos compromisso assumido com qualquer ex-reitor. Nossa proposta vem de um grupo de graduação e pós-graduação que está à frente do processo. Se algum membro da UFJF tem problemas com a Justiça, TCU e órgãos de controle, caberá a ele fazer a sua defesa junto aos órgãos”, afirmou.

Votação

A votação do segundo turno da eleição ocorre nos dias 3 e 4 de fevereiro na UFJF. O candidato eleito deverá ser conhecido no dia 5. Após a escolha da comunidade acadêmica, o nome do vencedor será encaminhado pelo Conselho Universitário ao MEC em uma lista tríplice, para que seja nomeado como o novo reitor para um mandato de quatro anos.

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A Tribuna acompanhou o debate através do canal no YouTube disponibilizado pela Comissão Eleitoral.

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