Eleições PJF: PSTU declara ‘voto crítico’ a Margarida Salomão

Em nota, socialistas ponderam que manifestação não implica em apoio a eventual governo petista


Por Gabriel Ferreira Borges

26/11/2020 às 16h30

Dos partidos com candidaturas próprias à PJF em primeiro turno, o PSTU e Victória Mello foram os últimos a se posicionar na etapa plebiscitária das eleições municipais (Foto: Fernando Priamo)

O PSTU anunciou, nesta quinta-feira (26), “voto crítico” à candidata Margarida Salomão (PT) no segundo turno das eleições para a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Conforme manifestado pelos socialistas em nota, não há “nenhum acordo com os objetivos estratégicos, nem com o projeto, o programa e a política” da coligação “Juiz de Fora vale à pena”, composta por PT e PV. A sigla ainda pondera que o “voto crítico” não implica em apoio a eventual governo de Margarida, já que, caso a petista seja eleita, o PSTU será oposição. Os socialistas foram representados no primeiro turno pela candidata Victória Mello, que recebeu apenas 353 votos (0,14%), o pior desempenho dentre os 11 postulantes à sucessão do prefeito Antônio Almas (PSDB).

A manifestação divulgada pelo PSTU enumera diversas críticas aos governos petistas encabeçados pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e, também, pelo ex-governador Fernando Pimentel. Para os socialistas, o PT “não fez enfrentamento a nenhum dos privilégios da burguesia, ao contrário: em seus governos, os grandes empresários, banqueiros e latifundiários nunca ganharam tanto”. Ainda conforme o PSTU, tanto Margarida quanto o candidato Wilson Rezato (PSB) “farão um governo de conciliação de classes e se limitarão a defender uma melhor gestão do orçamento sem qualquer medida de ruptura com a dívida pública, a máfia do transporte e os privilégios dos ricos e políticos da cidade”.

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Entretanto, de acordo com a sigla, o apoio crítico à candidatura da deputada federal se dá em respeito à esperança que setores locais da classe trabalhadora veem em Margarida para interromper “as desastrosas administrações em nossa cidade”. “Ao se apresentar como uma gestora melhor que Wilson dentro das regras do sistema capitalista, Margarida alimenta a ilusão de que é possível garantir uma vida digna à periferia, porém, sem romper com a burguesia e seus representantes isso não é possível e o programa de Margarida não se propõe a esse rompimento, muito pelo contrário.”

Contudo, o PSTU admite que, mesmo sem ilusões, acompanhará os anseios dos segmentos de que a petista “possa fazer um governo essencialmente em favor dos trabalhadores, do povo pobre da periferia e dos setores populares e oprimidos”. “Vamos acompanhá-los e chamar a votar criticamente, sem ilusões e chamando-os a se preparar para enfrentamentos que sempre são necessários diante de governos de conciliação de classes.”

Dos partidos com candidaturas próprias à PJF em primeiro turno, o PSTU e Victória Mello foram os últimos a se posicionar na etapa plebiscitária das eleições municipais. Além do PSTU, já haviam declarado apoio à Margarida os candidatos Lorene Figueiredo (PSOL), Fernando Elioterio (PCdoB) e Marcos Ribeiro (Rede). Por sua vez, Aloizio Penido (PTC) e Marco Felício (PRTB) endossaram o projeto de Wilson Rezato. Já Ione Barbosa (Republicanos), Sheila Oliveira (PSL) e Eduardo Lucas (DC) manifestaram neutralidade na disputa em segundo turno.

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Tópicos: eleições 2020

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