Anastasia e Zema trocam farpas em debate da Rede Globo

Candidatos ao governo de Minas tentaram explorar temas agressivos do rival no último encontro antes do segundo turno das eleições


Por Tribuna

26/10/2018 às 11h39- Atualizada 26/10/2018 às 13h45

Os candidatos ao governo de Minas Antônio Anastasia (PSDB) e Romeu Zema (Novo) participaram na noite desta quinta-feira (25) do último debate antes da data do pleito, na sede da TV Globo. O encontro foi marcado por trocas de farpas e acusações entre os participantes. Enquanto o tucano tentou atrelar a imagem do adversário como “sem experiência”, Zema associou o tucano ao senador Aécio Neves e toda a classe política.

Durante os quatro blocos, o tucano foi quem adotou o tom mais combativo. O senador ressaltou, por diversas vezes, que o partido de Zema quer governar para os ricos por conta de propostas de privatização. As mudanças constantes no plano de governo do candidato do Novo também foram alvo de questionamentos por parte do tucano. Ele chegou a classificar o adversário de “candidato ioiô” por sempre dizer que reviu pontos do plano de governo, como nas áreas da saúde e da segurança.

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Por sua vez, Zema adotou a estratégia de tentar atrelar o tucano aos políticos tradicionais e se defender das acusações. Em certo momento, disse que alegou que o parlamentar faz parte da velha política, que fica só no  “blábláblá”. O empresário também disse que o seu concorrente vai lotear o Executivo de políticos mineiros que perderam as eleições, uma vez que a coligação tucana é formada por 12 partidos.

Candidatos questionam vestuário

Num certo momento, o vestuário de ambos os candidatos foi alvo de discussão. Ainda no primeiro bloco, durante uma pergunta do candidato do Novo sobre a participação de Anastasia no governo de Aécio Neves (PSDB),  o tucano atacou a falta de experiência do empresário na política, afirmando que isso poderia trazer problemas na condução do governo.

Na tréplica, Zema disse que seu jeito de fazer política tem inspirado até Anastasia na forma de se vestir. “Nos outros debates ele ia de terno e de gravata, depois ele tirou a gravata e agora já tirou o blazer”, disparou. Anastasia retrucou e disse que o adversário estava se revelando como “grande estilista”.

Os candidatos mostraram as diferenças em temas como gestão da saúde, educação e rodovias. Anastasia acusou Zema de ter a intenção de privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e as rodovias do estado. Por sua vez, o candidato diz que se trata de “mentirada danada”, alegando que sua proposta é que o estado faça convênio com entidades de saúde particulares e, com isso, ofereça maior acesso. Sobre a proposta de privatização da malha rodoviária, disse que “é melhor pagar cerca de R$ 8 e ter segurança, equipe médica”.

Sobre a educação básica, Anastasia leu trecho do plano de governo antigo, apontando a possibilidade de Zema privatizar o ensino público. Na resposta, o candidato do Novo afirmou que o texto, na verdade, era antigo e que já havia feito alterações. Ele sugeriu a possibilidade de convênios com instituições de ensino privadas para ampliar o acesso a educação.

Patrimônio e fundo partidário

Após a metade do tempo destinado ao debate, Zema acusou o tucano de receber recursos do fundo público partidário, prática que não é adotada pelo Novo. O tucano respondeu que usa da verba e ressaltou que, no país, as pessoas físicas não têm hábito de fazer doações. Ele acusou Zema de ser “rico”, podendo utilizar-se de recursos próprios na campanha.

O patrimônio do empresário foi novamente alvo de questionamento quando Anastasia acusou Zema de usar as lojas de propriedade dele para fazer campanha. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a Procuradoria Eleitoral de Minas investiga possível abuso de poder econômico de Zema em 41 cidades.

O candidato do Novo de defendeu alegando que a figura dele sempre esteve associada às redes de loja que tem o nome dele. “Então vou ter que mudar o nome das empresas senão será considerada propaganda”, argumentou.

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No último bloco, Zema começou perguntando a Anastasia sobre dívidas do estado e o déficit do orçamento. O tucano reconheceu que a dívida existe e que deve ser trabalhada. Na reposta, o candidato do novo disse que a proposta dele é reduzir a dívida de forma “gradual”. Em sua tréplica, o senador disse que a palavra “gradual” não está no plano de governo e que isso faria diferença.

Nas considerações finais, Zema se colocou contrário a um estado com muitas atribuições, apontando para diminuição da máquina pública e para uma proposta de estado reduzido. Anastasia, por sua vez, voltou a colar a imagem de candidato rico a Zema e que pretende governar para os mais pobres.

 

Tópicos: eleições 2018

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