Dilma é reeleita presidente
Atualizada às 21h22
Com 99,62% das urnas apuradas, a presidente Dilma Rousseff (PT) já está reeleita, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até aqui, a petista acumula mais de 54 milhões de votos, 51,62% dos votos válidos. Aécio Neves (PSDB) soma até o momento quase 51 milhões de votos, ou 48,38% dos válidos. Os votos brancos somam 1,71%% e os nulos, 4,63%. A abstenção registrada é de 21,09%. Após uma campanha marcada por reviravoltas e disputa intensa na reta final, Dilma garante a hegemonia do PT no Palácio do Planalto, após dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010 e a a atual gestão da petista.
Dilma venceu em uma disputa que teve o segundo turno mais disputado da história. Depois de uma campanha marcada por uma polarização dividiu o país ao meio, o revés de Aécio em Minas Gerais – estado que governou por dois mandatos – pode ter custado a Aécio a vitória. Nem mesmo os bons desempenhos do tucano em São Paulo – maior colégio eleitoral do país onde o senador tinha mais de 64% com quase todas as urnas totalizadas -, no Sul e Centro-Oeste foram suficientes para reverter o cenário desenhado pela presidente, agora reeleita, em estados do Norte e Nordeste, regiões dominadas pelo eleitorado do PT.
Aos 66 anos e natural de Belo Horizonte, Dilma é eleita para seu segundo mandato em uma eleição marcada pelo tom agressivo, em que suplantou adversários como Marina Silva (PSB) e Aécio. Sua primeira vitória aconteceu em 2010, quando, com as bênçãos do ex-presidente e padrinho político Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tornou-se a primeira mulher a receber a responsabilidade de governar os rumos do país. A trajetória política da presidente teve início ainda em sua juventude na capital mineira, quando militou em organizações de esquerda que combatiam a ditadura militar entre 1967 e 1972, sob codinomes como Stela, Wanda, Luísa, Marina ou Maria Lúcia. Em 1968, foi alvo de investigação do Serviço Nacional de Informações (SNI) e chegou a ser presa no início da década de 1970, quando foi vítima de tortura, passando, inclusive, por instalações militares em Juiz de Fora.
Em 1973, Dilma reiniciou sua vida em Porto Alegre. Quatro anos depois teve sua filha Paula. Um ano antes, havia atuado como estagiária na Fundação de Economia e Estatística (FEE), órgão do governo gaúcho. Após participar da campanha pela anistia em 1979, Dilma ajudou a fundar o braço gaúcho do PDT, encabeçado ex-governador Leonel Brizola. O primeiro cargo no Executivo ocorreu em 1986, quando assumiu a Secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre. Três anos depois, quando ocupava a diretoria-geral da Câmara da capital gaúcha, participou ativamente da campanha de Brizola à Presidência e, no segundo turno do pleito daquele ano, saiu em defesa da candidatura de Lula, que acabou derrotado por Fernando Collor, então no PRN.
A presidente retorna então para a FEE e assume a presidência do órgão. Em 1993, é escolhida titular da Secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, cargo que volta a ocupar em 1999, durante o Governo de Olívio Dutra (PT). Dois anos depois, Dilma acerta sua filiação ao Partido dos Trabalhadores. Em 2002, após a vitória de Lula, a atual presidente é chamada para integrar a equipe de transição entre o futuro governo petista e a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Com a posse de Lula, torna-se ministra de Minas e Energia. Em 2005, substitui José Dirceu na Casa Civil.
Com a responsabilidade de coordenar os trabalhos ministeriais, comanda ações como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o “Minha casa, minha vida”. Em abril de 2010, deixa o Governo para se candidatar à Presidência, objetivo alcançado em junho daquele ano. Após suplantar José Serra (PSDB) em dois turnos, Dilma foi eleita pela primeira vez presidente com aproximadamente 56 milhões de votos.