Motoristas da Uber protestam no Parque Halfeld

Trabalhadores realizaram buzinaço para chamar a atenção sobre votação na Câmara dos Deputados


Por Gracielle Nocelli

26/02/2018 às 11h07- Atualizada 26/02/2018 às 14h35

Protesto dos motoristas da Uber ocorreu na manhã desta segunda-feira (26), em frente à Câmara Municipal (Foto: Leonardo Costa)

Motoristas da Uber em Juiz de Fora se reuniram em protesto, na manhã desta segunda-feira (26), no Parque Halfeld, no Centro. Cerca de 20 veículos foram estacionados no local, onde foi realizado um buzinaço para chamar a atenção da população sobre a retomada das discussões do projeto de lei que regulamenta serviços de transporte que utilizam aplicativos, na Câmara dos Deputados. A expectativa é que a partir desta terça-feira (27), a pauta ganhe destaque na Casa e entre em votação.

De acordo com os motoristas, a preocupação é que o texto seja alterado pela segunda vez. A proposta original (PL 28/2017) previa uma série de exigências como o uso de placa vermelha e licença específica para circulação, de modo que o serviço seria submetido ao Município. Estas determinações foram retiradas, mas os profissionais temem que elas sejam reinseridas. “Não somos contra a regulamentação, mas não queremos nos tornar táxis. A Uber é uma empresa que trouxe muitos empregos, e nós queremos o direito de trabalhar. Somos pais de família, pessoas que estão empregadas ou complementando a renda com este trabalho”, disse o motorista e um dos organizadores do movimento, Júlio César Marques Paes.

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A mobilização começou por volta das 10h. Após estacionarem os veículos no Parque Halfeld, os trabalhadores entoaram gritos a favor da Uber e realizaram buzinaço. “Queremos chamar a atenção da população, que nós sabemos que está do nosso lado.” O ato durou cerca de uma hora. Segundo Júlio, os motoristas de Juiz de Fora não descartam a possibilidade de participarem de uma mobilização nacional, em Brasília, caso ocorra alteração no texto.

Procurada pela Tribuna, a assessoria da Uber informou que apesar de não ser responsável pela organização, apoia o movimento. “Os motoristas parceiros têm liberdade e autonomia para protestar contra a Lei do Retrocesso que está prevista para ser votada nesta terça-feira, 27, na Câmara dos Deputados. Caso o texto do Senado não seja aprovado pelos deputados, haverá um enorme impacto aos 500 mil motoristas parceiros da Uber, em todo o Brasil, que geram renda para suas famílias”, afirmou em nota.

“Entendemos que a manifestação é um direito de todos e, como autônomos, todos os motoristas têm o direito de se expressar, com responsabilidade e dentro do que permitam as leis. O ato não está sendo organizado pela empresa, que terá seu aplicativo funcionando normalmente. No entanto, como soubemos que o protesto poderia acontecer, trabalhamos em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do estado.”

Ainda na manhã desta segunda-feira, motoristas de táxi participaram de uma carreata na Avenida Rio Branco pedindo a fiscalização dos serviços de transporte que usam aplicativos, como a Uber.

 

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