Conferência debate demandas de JF na assistência social

Cortes feitos desde outubro de 2016 na assistência social já reduziram beneficiários do Bolsa Família


Por Rafaela Carvalho

25/09/2017 às 19h51- Atualizada 25/09/2017 às 21h21

Superintendente da Sedese, Jaime Rabelo, destaca importância das conferências para definir diretrizes e caminhos para políticas de assistência social (Foto: Marcelo Ribeiro)

Os cortes feitos pelo governo federal vão continuar impactando a assistência social e prejudicando a população mais pobre. A afirmação é do superintendente de Capacitação e Avaliação de Políticas de Assistência Social da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), Jaime Rabelo. Em Juiz de Fora, para coordenar a Conferência Regional de Assistência Social, o superintendente afirmou à Tribuna que os cortes feitos desde outubro do ano passado já reduziram o número de beneficiários do programa Bolsa Família na cidade.

Com o objetivo de levar as demandas regionais à conferência estadual, nos próximos dias 9, 10 e 11 de outubro, em Belo Horizonte, mais de 400 profissionais estiveram presentes na reunião, realizada nesta segunda-feira (25). O principal tópico foi o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (Suas). “As conferências são um momento importante para definir as diretrizes e os caminhos da política de assistência social para os próximos anos. Estamos vivendo um processo muito delicado no Brasil. Temos percebido que há uma iniciativa do Governo federal deliberada no sentido de desmontar as políticas públicas, haja visto a aprovação da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os recursos por 20 anos. Isso terá um impacto desastroso para a oferta de saúde, educação e assistência social”, pontua Jaime.

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De acordo com ele, as diversas reformas e cortes propostos pelo Governo federal desconsideram o crescimento populacional. Somado ao posicionamento da sociedade sobre as políticas de assistência, a tendência é que cada vez mais cortes aconteçam. “Vamos ter um empobrecimento muito grande da população, o que já está visível nas grandes cidades. A população de rua já aumentou, e as pessoas já estão precisando de assistência. O orçamento apresentado pelo Governo federal na Câmara Federal foi um desastre, porque o valor necessário para manter os serviços voltados para o público mais vulnerável é de R$ 3 bilhões, e o Governo apresentou a disponibilidade de apenas R$ 78 milhões. O Bolsa Família já foi diminuído em 11%, e o orçamento do ano que vem é ainda menor. Por isso, temos discutido estratégias para defender o Suas.”

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