Carreata em JF pede impeachment de Bolsonaro
Pauta dos manifestantes também inclui ampla vacinação contra o coronavírus; atos acontecem também em outras cidades do país
Manifestantes que defendem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro participam de uma carreata em Juiz de Fora neste sábado (23). O ato foi articulado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) Regional Zona da Mata, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf JF), pelo Coletivo Periferia no Poder e outros sindicatos, entidades e movimentos sociais e populares, alinhado à convocação de entidades nacionais e partidos de esquerda.
O movimento teve início por volta das 16h. Os participantes se reuniram para a concentração em frente à Faculdade Estácio Sá, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul e, por volta das 16h45, partiram em direção à Avenida Barão do Rio Branco. O trajeto vai incluir ainda o retorno pela Avenida Brasil até o Bairro Vitorino Braga, na Zona Sudeste, onde o movimento deve se dispersar.
Manifestantes que defendem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro participam de uma carreata em Juiz de Fora neste sábado (23). Este registro, do fotojornalista Leonardo Costa, mostra a concentração em frente à Faculdade Estádio de Sá. Leia: https://t.co/BwJ7Dd90pr pic.twitter.com/0V0KVsV6Hc
— Tribuna de Minas (@tribunademinas) January 23, 2021
Segundo os organizadores, a manifestação ocorre por conta do agravamento da crise do coronavírus, principalmente no estado do Amazonas, além da falta de agilidade por parte do Governo federal para organizar uma ampla campanha de vacinação e da “estratégia para privatizar empresas públicas e vender o patrimônio do povo brasileiro.”
Conforme nota do grupo, “diante do colapso da saúde em Manaus em meio a uma nova explosão de casos da Covid-19, a carreata está sendo convocada. Com mais de 213 mil mortes, Jair Bolsonaro continua minimizando os impactos da doença e fazendo propaganda de remédios sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus”.
O movimento, que é nacional, tem como pauta comum pressionar o Congresso Nacional a iniciar um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Atos em outras cidades do país
Em Brasília, a carreata, organizada por partidos da oposição, ocorreu na manhã deste sábado (23). Os pedidos de vacina e de afastamento do chefe do Executivo foram a tônica do ato em Brasília, marcado por críticas aos atrasos na imunização da população contra a Covid-19. De acordo com a assessoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), cerca de 500 veículos participaram do protesto.
No Rio de Janeiro, cerca de 100 veículos participaram do movimento, que cruzou a cidade por volta do meio-dia, ocupando uma faixa da Av. Presidente Vargas. Bandeiras, buzinas e gritos de “Fora Bolsonaro” eram ouvidos ao longo do caminho.
Popularidade
Influenciada pela situação da pandemia da covid-19 no país, marcada pela crise no fornecimento de oxigênio na rede de saúde de Manaus (AM), a popularidade do presidente já se mostra abalada. Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (22) indicou aumento do número de insatisfeitos com Bolsonaro: 40% da população avalia sua atuação como ruim ou péssima, comparado com 32% que assim o consideravam na edição anterior da sondagem, no começo de dezembro.
O número de participantes que avaliam o governo como ótimo ou bom teve leve queda também passando para 31% ante 37% em dezembro. A taxa de avaliação regular ficou em 26%, comparada com 29% anteriormente.
No entanto, mesmo com o desgaste da imagem do governo Bolsonaro, a taxa de brasileiros contrários ao impeachment cresceu, indo de 50% em dezembro para 53% agora. Os que defendem a abertura de um processo contra o presidente por crime de responsabilidade são 42%, enquanto no mês passado, eram 46%. Outros 4% não responderam.
Na Câmara dos Deputados, são mais de 50 pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro. Nos bastidores, foram reforçadas as conversas sobre instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações e omissões do governo durante a crise sanitária do novo coronavírus – possibilidade já levantada inclusive pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).