Zema quer gestão baseada em decisões técnicas

Pré-candidato ao Governo de Minas pelo Partido Novo, empresário defende competição nas áreas de saneamento e energia


Por Renato Salles

21/06/2018 às 18h26- Atualizada 21/06/2018 às 21h09

Pré-candidato ao Governo de Minas, o empresário Romeu Zema (Novo) retornou a Juiz de Fora nesta quinta-feira (21), exatamente uma semana após ter cumprido sua primeira agenda de pré-campanha na cidade no último dia 14. Em entrevista ao programa Pequeno Expediente da Rádio CBN Juiz de Fora, Zema afirmou que caso não avance ao segundo turno, dificilmente apoiará outro candidato e afirmou que, inicialmente, seu projeto é de quatro anos. Ele defendeu ainda que a necessidade de um maior planejamento e eficiência na destinação de recursos, sem interesses políticos e eleitorais, é a principal proposta do Partido Novo para incrementar áreas sensíveis como a saúde, a educação e a segurança no Estado. “Hoje, percebemos que interesses eleitoreiros têm se sobressaído em relação à decisão técnica. Vamos fazer diferente e nos basear em decisões técnicas. Só com estas ações é possível alcançar melhorias muito grandes”, avaliou.

Assim como fez em sua última visita a Juiz de Fora, na semana passada, Zema voltou a defender o enxugamento da máquina administrativa e estadual e sinalizou que, caso seja eleito governador, deve fazer um corte no quadro de pessoal do funcionalismo público mineiro. “A princípio, este corte vai ter de atingir profissionais de cargos comissionados”, acenou o pré-candidato. Contudo, admitiu que as mudanças e reformas podem atingir quadros efetivos. Como exemplo, citou situações em que oficiais da Polícia Militar (PM) se aposentam com idade inferior a 50 anos. “É como se eu já tivesse aposentado há quatro cinco seis anos”, pontuou o empresário de 53 anos, antes de destacar a qualidade dos trabalhos realizados pela PM mineira. Zema apontou ainda que pretende conversar com os municípios de forma a reduzir gastos com quadros comissionados, sugerindo a redução de assessores em prefeituras e câmaras.

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Zema  pretende manter a prática de destinar recursos para emendas sugeridas por parlamentares para ações desempenhadas no Estado (Foto: Felipe Couri)

A possibilidade de privatizar empresas públicas, também como ferramenta de enxugamento da máquina administrativa, também foi reiterada. Assim, ele defendeu que o Estado precisa ter foco em tarefas mais relevantes, como saúde, educação e segurança. Zema considera que tais estatais são loteadas para distribuição de cargos com fins políticos e eleitorais. No entanto, afirmou que uma possível alienação do patrimônio do Estado não será feita com pressa e só será realizada caso o fomento à concorrência nos setores de saneamento e de energia elétrica trouxer benefícios para o consumidor mineiro. “Só vamos fazer isso se for bom para a população, se for um processo totalmente transparente, que reduza os custos das tarifas. Se for para aumentar custo, já falo, está descartado.” Para o empresário, todavia, a quebra do monopólio do Estado nas áreas citadas poderiam resultar, de imediato, uma redução de até 30% dos valores pagos pelo cidadão pela prestação dos serviços.

O empresário disse ainda que não tem receio de encontrar dificuldades na relação com o Poder Legislativo mineiro, caso seja eleito, independentemente de o fato de seu partido ter ou não um número relevante de deputados eleitos. “Uma eventual eleição minha significaria para todos os deputados que a população quer mudança. Hoje, de todos os nomes que concorrem ao Governo do estado, eu sou aquele que mais representa a diferença. Os outros, de certa maneira, têm origem no mesmo meio político e representa a continuidade. Isto estará claro para os deputados.” Zema afirmou ainda que pretende manter a prática de destinar recursos para emendas sugeridas por parlamentares para ações desempenhadas no Estado. Porém, disse que vislumbra uma mudança no modelo para a execução dos adendos orçamentários. “Será preciso apresentar um planejamento demonstrando que a emenda realmente trará benefícios para a população. Caso a ação necessite custeio posterior, também será necessário que exista previsões orçamentárias.”

Desafio

Para Romeu Zema, sua pré-candidatura ao Governo do estado é, mais do que um desafio, uma missão imposta por sua própria consciência. O empresário revela que chegou a negar convite feito pelo Partido Novo, no final de 2017, mas acabou voltando atrás.

“Aceitei porque cheguei à conclusão de que, durante os anos de 2015 e 2016, que foram o auge da recessão no Brasil, a culpa daquela crise era também um pouco minha e de milhões de brasileiros que sempre se mantiveram ausentes da política. Isto abriu espaço para pessoas que não têm ética e nem competência assumirem. Pensei bem e vi que, hoje, minha situação possibilita que eu compre este desafio. Minas Gerais sempre me acolheu, e eu vou pagar uma dívida que tenho de sempre ter sido omisso com relação à política. Desde janeiro, estou por conta do Partido Novo. Sempre morei em Araxá e sou de lá, mas já tem 21 dias que não vou em casa. Virei um cigano”, afirmou, lembrando as peregrinações de pré-campanha feitas pelo estado.

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