Trabalhadores protestam contra a Reforma da Previdência e entram em estado de greve

Ato realizado na Praça da Estação segue movimento nacional. Escolas estaduais e municipais liberaram os alunos mais cedo nesta segunda. Semana pode ser marcada por paralisações.


Por Gracielle Nocelli

19/02/2018 às 11h36- Atualizada 19/02/2018 às 20h25

Grupos distintos foram à Praça da Estação na parte da manhã e no fim da tarde desta segunda-feira (Foto: Olavo Prazeres)

Antes de o Governo admitir a suspensão da reforma da Previdência no início da noite de segunda-feira (19), Juiz de Fora sediou protestos contra a mudança no sistema, conforme calendário nacional de mobilização convocado por centrais sindicais. Ao contrário do que aconteceu em protestos anteriores, no entanto, os atos não foram unificados, e as manifestações tiveram dois momentos, um pela manhã e outra à tarde, ambos na Praça da Estação.

Pela manhã, compareceram ao local grupos que atenderam ao chamado da Frente Brasil Popular e de entidades como CUT, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Já à tarde, o protesto foi chamado pelo Fórum Sindical e Popular e contou com a presença de representantes de vários sindicatos da cidade, partidos de esquerda e da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas). Em ambas movimentações, setores dos movimentos estudantis e sociais engrossaram os gritos contra a agenda reformista e dos pedidos de “Fora, Temer”.

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Em consequência dos protestos e da mobilização de professores, parte das escolas públicas liberaram seus alunos mais cedo, seja por conta de paralisação de alguns docentes ou da redução de jornada nos três turnos. Na rede estadual, cerca de 60% das instituições da rede estadual aderiram à mobilização, conforme informações do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute).

Estado de greve e paralisação marcada para o dia 28

Os servidores do estado têm nova paralisação agendada para o próximo dia 28, quando uma assembleia acontecerá em Belo Horizonte, para discutir a possibilidade de deflagração de um movimento grevista, em que pautas da categoria e negociações com o Governo de Minas deverão ser abordadas. “Já estamos com um indicativo de greve. Estamos fazendo assembleias regionais para preparar as bases para uma decisão no dia 28. Tivemos um encontro hoje (segunda-feira, 19) e decidimos que vamos a Belo Horizonte para defender a greve”, afirmou a coordenadora do sindicato, Victória Mello.

Já nas escolas da rede municipal, os professores adotaram o sistema de redução de jornada, e a avaliação do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro) é de que 82% da categoria aderiu à mobilização. Ao longo do dia, foram realizadas duas assembleias, uma com professores da rede municipal e outra com docentes da rede privada e, nas duas situações, foi aprovado o chamado estado de greve contra a reforma da Previdência, mantendo assim a possibilidade de convocar uma paralisação em aberto, o que pode acontecer a qualquer momento. “Temos que nos manter em movimento”, disse a coordenadora do Sinpro, Aparecida de Oliveira Pinto.

O presidente do Sindicato dos Bancários, Watoíra Antônio de Oliveira, informou que a categoria está em estado de greve, podendo interromper as atividades a qualquer momento. “Essa manobra do governo não nos engana, e nós vamos continuar lutando para que os trabalhadores não percam seus direitos.” O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sinserpu), Amarildo Romanazzi, explicou que não houve uma convocação de paralisação da categoria para esta segunda (19), mas que a possibilidade não foi descartada. “As atividades seguem em funcionamento normal, mas teremos uma assembleia para votar se haverá paralisação na quinta (22).”

Nesta terça-feira (20), a CUT/Zona da Mata irá reunir representantes dos sindicatos para definir se as entidades irão adotar um posicionamento único ante ao movimento, o que indica a possibilidade novas mobilizações.

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