PSOL e PCdoB formalizam apoio a Margarida Salomão no 2º turno
Legendas foram respectivamente representadas no primeiro turno por Lorene Figueiredo e Fernando Elioterio
Até agora, PSOL e PCdoB confirmaram o apoio em segundo turno à candidatura da deputada federal Margarida Salomão (PT) à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Ao passo que os socialistas anunciaram a adesão ao projeto da petista nesta quarta-feira (18), os comunistas manifestaram apoio ainda na noite de terça. As alianças com PSOL e PCdoB são as primeiras formalizadas por Margarida em segundo turno, uma vez que o projeto da petista já aglutina o PV desde o início da campanha.
Ao anunciar apoio à Margarida por meio das redes sociais, o PSOL destaca que “a neutralidade é o peso morto da história”, mas registra que a adesão ao projeto preserva a “independência política e a autonomia” do partido. A legenda também ressalta pontos indispensáveis do programa socialista para o de Margarida, como “as pautas de defesa da democracia, da justiça social, de valorização dos serviços públicos de educação e saúde, da cultura local e popular, o combate às opressões e o respeito aos movimentos da classe trabalhadora”.
No primeiro turno, o PSOL se lançou à corrida pela PJF representado por Lorene Figueiredo, que, com 2.381 votos (0,92%), encerrou a apuração como a sétima candidata mais votada. À Tribuna, Lorene diz que, ao realizar análises de conjuntura antes do encerramento do primeiro turno, o PSOL já havia definido que apoiaria partidos e candidaturas progressistas no campo da esquerda, já que, conforme a presidente do diretório municipal da sigla, o enfrentamento prioritário é à extrema direita. “Terminado o primeiro turno, ficou evidente que era necessário que as forças progressistas se organizassem. Recebemos uma ligação da coordenação da campanha de Margarida e agendamos a conversa para ontem (terça-feira).”
Conforme Lorene, a aliança com o PT não foi difícil diante da candidatura adversária à Margarida, Wilson Rezato (PSB). “A candidatura oponente é de um extremismo absurdo do ponto de vista dos interesses do capital. É uma candidatura cujo plano de governo não fica de pé quando pensamos em termos de gestão de políticas públicas. É um projeto extremamente agressivo do ponto de vista dos interesses coletivos. (…) Estamos em uma posição confortável para discutir o apoio ao PT, porque somos oposição de esquerda ao PT, desde o âmbito nacional. Temos diferenças do ponto de vista programático que nos fazem ter uma caracterização no espectro político de esquerda distinto do PT. No atual cenário, essas diferenças programáticas entre PSOL e PT se tornaram secundárias. Tudo para todos é melhor do que fiquemos com o que temos.” A ex-candidata acrescenta ainda que não interesse do PSOL em participar diretamente de eventual governo de Margarida.
‘Muita proximidade nos programas de governo’
Em nota publicada nas próprias redes sociais, o PCdoB pontua que, diante das candidaturas colocadas em segundo turno, “não resta dúvida de que estamos diante de dois projetos antagônicos”, logo a direção municipal deliberou pelo apoio “ao projeto que mais se aproxima daquele apresentado por nós para Juiz de Fora”. O PCdoB ainda ressalta que a candidatura de Margarida é a “opção que melhor representa os anseios da classe trabalhadora, das lutas feministas, dos movimentos sociais e daqueles que resistem e lutam contra o fascismo, o racismo, o preconceito, as desigualdades e as injustiças sociais”. Ao menos desde as eleições municipais de 2000, o PCdoB sempre apoiou candidaturas majoritárias encabeçadas pelo PT, como as três anteriores de Margarida e aquela de Agostinho Valente, justamente há 20 anos.
Contudo, neste pleito, os comunistas optaram por uma candidatura própria, encabeçada pelo servidor público federal Fernando Elioterio. À Tribuna, Elioterio ressalta a interface entre os programas de governo como determinante ao apoio à Margarida. “Fomos procurados logo após a eleição, e, em um diálogo muito aberto, identificamos que o nosso programa se aproxima bastante ao da Margarida. Além disso, nós, do partido, entendemos que precisamos reforçar o campo da esquerda, ou seja, de quem pensa a cidade para todos e todas. Tendo em vista isso, o PCdoB decidiu apoiar em segundo turno a candidatura de Margarida.” Conforme Elioterio, a própria candidata lhe contatou diretamente na segunda-feira para costurar o apoio da sigla, que recebeu 1.807 votos (0,70%) no primeiro turno.
De acordo com o servidor público, o legado da candidatura própria à PJF é a discussão sobre a periferia de Juiz de Fora. “Sei da importância de governar para toda a cidade, mas a prioridade precisa ser a nossa periferia, que é quem mais sofre com a ausência do Poder Público. Enxergamos no programa de governo de Margarida o que defendemos no nosso, que é o diálogo com os bairros, com os micro e pequenos empreendedores, com a economia solidária etc. O estímulo à economia local. Há muita proximidade entre os dois projetos de governo.” Questionado, não foi discutido com a candidata, tampouco com os correligionários, qualquer participação em eventual governo petista.
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