Candidatos apelam para nomes excêntricos na campanha eleitoral de JF

Na esteira de campanhas bem-sucedidas, postulantes às vagas de vereador fazem de tudo para chamar a atenção do eleitor


Por Renato Salles

18/10/2020 às 07h00

Campanhas usam personagens de séries de TV infanto-juvenis em busca do voto (Foto: Reprodução/Twitter)

Já rompeu as barreiras de Juiz de Fora um vídeo de um candidato a vereador de Juiz de Fora que, fantasiado de “Power Ranger”, pede votos para tentar chegar à Câmara Municipal a partir de 1º de janeiro de 2021. O inusitado chamou tanto a atenção que a peça foi compartilhada por Antônio Tabet, um dos integrantes do grupo Porta dos Fundos. “Muitas cidades querem que seus políticos ‘morfem’, mas parece que Juiz de Fora deu uma exagerada…”, publicou em seu Twitter.

Na própria postagem de Tabet, outro usuário do Twitter contragolpeou o vídeo do “ranger”. “Fique com essa outra lenda de JF, então”, postou. Na publicação, um vídeo de campanha de outro candidato à Câmara Municipal de Juiz de Fora, em que um funk embala vários dançarinos, dois trajados de bananas, sob um dos refrões que prometia, exatamente, “banana para os corruptos”.

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A prática de adotar estratégias bem-humoradas de campanha não é novidade. Tal fenômeno, por exemplo, ganhou a atenção nacional com a ascensão de Tiririca, eleito três vezes deputado federal por São Paulo com votações expressivas, alavancadas por vídeos que eram quase que esquetes de humor, com bordões como “pior que está não fica”.

Fauna e apelidos diversos

Em Juiz de Fora, além dos vídeos do “ranger” ou da “bananas para os corruptos”, vários são os nomes de urna curiosos. Entre aqueles que disputam uma vaga na Câmara Municipal, há os candidatos que valem-se de apostos para se apresentar ao eleitorado. Assim, temos, por exemplo, “O Irmão”, “O Abençoado”, “O Homem Faixa”, “O Baita”, “O Barba é aqui” e “O Chinelinho”.

Há também aqueles cujos apelidos fazem referência à fauna. Temos entre os candidatos pássaros como “Pardal” e “Tico Tico” – ambos que já fizeram ninho na Câmara nesta ou em outra legislatura -, além de “Peixe” e “Borboleta”.

Há ainda alcunhas diversas como “Colé, “Fiote”, “Johnny Boy”, “Misterkall”, “Palitó”, “Pirulito”, “Pixote”, “Ligeirinho”, “Mr. Beam”, “Comandante” e “Canequinha”, só para destacar alguns exemplos. Só de “zés”, a disputa conta com um “Budega”, um “do Caixão” e um “do Morro”.

Foto: Reprodução/Twitter

Ofícios e ocupações

Entre as 583 candidaturas colocadas para a Câmara Municipal, quase 140 fazem referência em seus nomes de urna a suas profissões, ofícios e ocupações, ou mesmo a lugares e locais da cidade. Há até quem faça referência ao próprio partido. Há dois candidatos que adotaram como “sobrenome” o termo “do Novo”.

Doutores e professores

Há ainda aqueles que fazem referência a posições tidas como destacadas na sociedade ou que sejam colocadas por alguns segmentos em condição de autoridade. Assim, são pelo menos 15 os candidatos a vereador que usam o termo “doutor” ou “doutora” em seus nomes de urna. Praticamente o mesmo número dos concorrentes que se apresentam como “professores”.

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Forças de segurança e pastores

Também orbita em torno de 15 os nomes que se apresentam como integrantes de uma das forças de segurança, seja se apresentando como delegados ou delegadas ou outras patentes ligadas às polícias civil e militares ou aos Bombeiros. O número de 15 candidaturas parece mágico (se repete em todos os recortes) e vale também para aqueles que se apresentam para o eleitorado como lideranças religiosas, a maioria como pastor ou pastora.

Tópicos: eleições 2020

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