PJF quer criar regras para incentivar novos arranjos produtivos locais

Em dezembro, Prefeitura encaminhou projeto de lei para Câmara que define diretrizes iniciais para política municipal de incentivo


Por Renato Salles

16/01/2022 às 07h00

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) planeja criar novo regramento para incentivar, apoiar e fomentar os chamados Arranjos Produtivos Locais (APL). Para isto, encaminhou à Câmara Municipal, na primeira quinzena de dezembro do ano passado, um projeto de lei que sugere uma política pública municipal que tem como objetivo central o “fortalecimento da economia regional por meio da integração e da complementaridade das cadeias produtivas locais e da geração de processos permanentes de cooperação, difusão e inovação” dos APLs.

A PJF alega que um dos intuitos da proposição é o de fortalecer a atividade produtiva de Juiz de Fora e região por meio do estímulo à complementaridade das cadeias produtivas locais. Assim, entre outros objetivos está o fomento à consolidação da atuação de empresas locais mediante a cooperação mútua e com instituições públicas de pesquisa. A proposição traz as diretrizes básicas para a meta, que, caso aprovada e transformada em lei, prevê que o Município deverá regulamentar as formas para a execução da proposta no prazo de 90 dias após a entrada em vigor da possível legislação.

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O projeto de lei também visa a estimular o desenvolvimento da capacidade de inovação e da eficiência coletiva em âmbito municipal e regional, além de ações de divulgação; aprimoramento da distribuição de riqueza ao longo das cadeias produtivas e o reinvestimento produtivo; e a diversificação da estrutura produtiva do município que se desenvolva em torno de atividade mineradora. Para isto, a Política Municipal de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais terá como instrumentos a pesquisa e o desenvolvimento de estatísticas e de tecnologias voltadas para a instituição dos APLs, além do aprimoramento dos arranjos já existentes.

O planejamento também objetiva facilitar o acesso dos empreendedores à assistência técnica; ao fomento e o financiamento de atividades; ao investimento em infraestrutura e logística; ao investimento em programas de qualificação e em campanhas de sensibilização e conscientização dos envolvidos, visando à divulgação dos princípios do cooperativismo e de suas características de gestão compartilhada dos negócios.

Desta forma, para efeitos de legislação, a proposta da Prefeitura estabelece que será classificada como APL a “aglomeração produtiva horizontal de uma cadeia de produção em Juiz de Fora e municípios vizinhos, que tenha como característica principal o vínculo entre empresas e instituições públicas ou privadas, entre as quais se estabeleçam sinergias e relações de cooperação”.

PJF sugere centro gestor para coordenar atividades

De acordo com o projeto de lei, será papel do Poder Executivo municipal apoiar a criação de um centro gestor de inovação para cada APL em funcionamento na cidade. O comitê será constituído na forma de uma organização sem fins lucrativos e terá a função de coordenar, orientar, executar e dinamizar a produção e a difusão da inovação em produtos, processos, gestão e comercialização. Ainda caberá ao centro gestor de inovação desenvolver atividade em parceria com agentes produtivos empresariais, organizações de trabalhadores, instituições acadêmicas e entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos prestadoras de serviços de apoio ao Arranjo Produtivo Local.

A PJF reforça que os arranjos produtivos locais (APLs) são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. “Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os APLs são estratégicos para o desenvolvimento local e regional, pois contribuem para aumentar a competitividade, reduzir as desigualdades e ampliar a inclusão social”, defende o Município.

Desta forma, a Prefeitura alega que, “quando uma cidade reconhece a importância dos APLs existentes no seu território no desenvolvimento econômico e social do município ela abre diálogo com esses setores, que permite identificar linhas de ação que visam a exploração das potencialidades e vocações municipais, oferece melhores condições de comercialização e valorização do capital humano e da governança local destes arranjos”. O Município diz ainda que o reconhecimento de APLs abre possibilidades de políticas de apoio no âmbito estadual e federal, além de favorecer a possibilidade de acesso a linhas de financiamento e novos mercados.

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“A política municipal de incentivo aos arranjos produtivos locais visa a fortalecer a viabilidade para o desenvolvimento dos processos locais, promovendo a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos estabelecidos aqui neste município. Consequentemente promove processos permanentes de cooperação, difusão e inovação. Dentre os objetivos desta política estão o fortalecimento da atividade produtiva municipal por meio do estímulo à complementaridade das cadeias produtivas locais e o estímulo ao desenvolvimento da capacidade de inovação e da eficiência coletiva em âmbito municipal”, afirma a justificativa assinada pela prefeita Margarida Salomão (PT).

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