Parlamentares locais se posicionam contra atual proposta de reforma da Previdência
Pelo menos seis detentores de mandato com domicílio eleitoral em Juiz de Fora vieram a público nesta quarta-feira (15) reforçar seus posicionamentos contra a reforma da Previdência defendida pelo Governo do presidente Michel Temer (PMDB). Os pronunciamentos foram feitos à tarde, em apoio à mobilização que levou cerca de 15 mil pessoas às ruas centrais da cidade. Deputados federais com direito a voto no projeto de lei que tramita no Congresso e define novas regras para a aposentadoria, Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT) voltaram a afirmar seus posicionamentos. Na Câmara, até o início da noite, quatro vereadores utilizaram suas redes sociais para repudiar a proposição governista.
Em sua página no Facebook, Júlio Delgado enalteceu as manifestações populares que foram observadas em diversas cidades do país. “A sociedade civil organizada se uniu contra a truculência do Poder Executivo que quer, doa a quem doer, garantir a saúde financeira das contas da aposentadoria, sacrificando ainda mais os direitos dos contribuintes.” O deputado, contudo, reforçou que não é contrário a uma reforma do sistema, mas, sim, à atual proposta. “Sei que a reforma é necessária, mas sou contra as imposições do governo, como igualar o tempo de contribuição de homens e mulheres e exigir que qualquer profissional, independente do seu ramo de atividade, se mantenha ativo pelo menos até os 65 anos.”
Margarida também não poupou críticas à proposição redigida pela equipe do presidente Michel Temer e sinalizou que a oposição poderá até mesmo atravancar a pauta do Congresso para evitar a aprovação da matéria. “Quero dizer a vocês que essa proposta de reforma não salva o estado brasileiro, mas ela arruína o povo brasileiro. É por isso que nós não vamos deixar ela passar. Nós vamos parar esse país, parar a Câmara, parar o Senado, invadir, ocupar os espaços públicos e conquistar a nossa vitória contra a reforma da Previdência e contra a reforma da CLT.”
Discussão na Câmara
Ligado ao Sindicato dos Professores, uma das categorias que aderiram à paralisação desta quarta, Roberto Cupolillo (PT) comemorou o resultado da mobilização. O petista lembrou ainda encontro proposto por ele que pode levar o debate sobre a reforma da Previdência para a Câmara na próxima semana. “Na próxima segunda-feira, às 15h, haverá audiência pública na Câmara para discutir o assunto. Nenhum direito a menos!” A agenda que pode fazer com que outros vereadores se posicionem, contudo, ainda não aparece no calendário das audiências públicas no site do Poder Legislativo.
Outros três vereadores também afiançaram posição contrária à reforma em suas redes sociais. “O Brasil e Juiz de Fora disseram não à famigerada reforma da previdência”, considerou Wanderson Castelar. Cido Reis (PSB), que chegou a recolher assinaturas para um abaixo-assinado para tentar barrar o projeto, afirmou: “Somos contra essa maldade à qual querem impor ao cidadão brasileiro. Já encaminhamos mais de 30 mil assinaturas ao Congresso Nacional e não iremos parar por aqui.”
Por último, Charlles Evangelista (PP) também se posicionou contrário à reforma. Contudo, justificou sua ausência do ato ao ponderar sobre a intenção da mobilização. “Você acha que isto é manifestação contra a reforma da Previdência ou de partidos políticos de esquerda?”, questionou.