Empav demite 29 funcionários; sindicato contesta corte de efetivos
Alvo de uma série de polêmicas durante o primeiro mandato do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), a Empav confirmou a demissão de 29 funcionários. De acordo com a empresa pública, os desligamentos ocorrem como parte das medidas de contenção e equilíbrio financeiro. Os afastamentos, contudo, não atingem apenas cargos comissionados indicados pelo Poder Executivo, mas também três engenheiros concursados, que tinham condições de servidores efetivos, de acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserpu). A entidade afirmou que irá pedir a reintegração dos profissionais.
“Não temos dúvidas. Iremos solicitar a reintegração dos cargos dos profissionais efetivos. Não vamos sequer assinar a homologação das demissões”, afirmou Amarildo Romanazzi, presidente do Sinserpu. Segundo o sindicalista, entretanto, não há o que fazer com relação aos cortes de quadros que ocupavam cargos de confiança e de livre nomeação, os comissionados. Amarildo ainda criticou as justificativas apresentadas pela Prefeitura para os cortes. “Honestamente, não entendo. Fala-se que os cortes irão sanear financeiramente a empresa e garantir a prestação dos serviços. Mas isto não pode ser feito com a demissão de profissionais concursados, que vinham executando seus trabalhos de forma correta.”
Em nota, a Empav informou que o corte de gastos teve por objetivo buscar a viabilidade da empresa municipal. “Para tanto, foram adotados critérios que levaram em conta funcionários com salários superiores à remuneração do diretor presidente (três profissionais)” e de comissionados (26 servidores).
Problemas em 2015
Em agosto de 2015, um turbilhão sacudiu as estruturas diretivas da Empav. Em agosto daquele ano, em meio aos desdobramentos de um acidente com um caminhão da empresa pública ter vitimado um funcionário da empresa pública, o Sinserpu apresentou ao Ministério Público (MP) uma série de denúncias, relatando possíveis irregularidades no órgão. Entre os questionamentos, o sindicato apontou o sucateamento da frota veicular e de outros patrimônios da Empav, como a fábrica de manilhas e a usina de asfalto. Também foram alegados supostos problemas como contratação de empresas sem licitação e até suspeitas de nepotismo.
No mesmo mês, o Conselho de Administração da Empav deliberou pela abertura de uma sindicância para apurar as denúncias. A instauração da apuração resultou no afastamento da diretoria. Mais tarde, em outubro de 2015, Darci Ferreira da Silva foi definido como novo diretor-presidente – ele segue na função no segundo mandato de Bruno. Neste ínterim, por vezes, a empresa pública esteve ameaçada de ser alvo de uma comissão parlamentar de inquérito na Câmara (CPI), mas a instauração acabou não saindo do papel.