Polícia Federal faz buscas em comitê no Calçadão

Mandado do TRE em desfavor de candidato a vereador visava a apreensão materiais de campanha, mas nada foi encontrado


Por Sandra Zanella

12/11/2020 às 16h01- Atualizada 12/11/2020 às 18h10

A Polícia Federal (PF) realizou buscas, na tarde desta quinta-feira (12), no comitê da campanha majoritária do PSL em Juiz de Fora, situado no Calçadão da Rua Halfeld, no Centro. Segundo a assessoria do partido, o mandado expedido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) visava a apreensão de materiais de campanha, supostamente máscaras irregulares, do candidato a vereador pelo PSL, Alisson Prado. Durante as diligências realizadas no local, entretanto, nenhum tipo de propaganda vinculada ao citado concorrente foi encontrada ou apreendida.

O delegado chefe da PF em Juiz de Fora, Ronaldo Campos, confirmou que a Polícia Federal está dando apoio à Justiça Eleitoral no cumprimento de mandados. Além do endereço no Calçadão, os policiais também estiveram no comitê do candidato a vereador, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste, e realizaram buscas em um veículo ligado a ele.

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A Tribuna entrou em contato com Alisson Prado, que esclareceu se tratar de denúncia referente a 30 máscaras que ele havia confeccionado para seus apoiadores, que atuam na campanha como voluntários. “Dezoito delas já estavam com o pessoal, e 12 dentro do carro.” Segundo ele, as 12 acabaram sendo apreendidas pela PF, mas ele informou que todas estavam com nota fiscal e que também apresentou a documentação referente aos contratos dos voluntários.

Em vídeo postado nas redes sociais, a candidata a prefeita pelo PSL, Sheila Oliveira, confirmou que a PF esteve em seu birô na Rua Halfeld, “para averiguar uma denúncia de distribuição irregular de máscaras”. Segundo ela, as únicas máscaras disponibilizadas foram para sua equipe de trabalho, o que é permitido pela legislação eleitoral, que proíbe o fornecimento desse tipo de material (com número ou nome de concorrentes) para eleitores. “Não fazemos esse tipo de coisa, trabalhamos dentro da legalidade. Gostaria de parabenizar a PF por estar realmente atuando nessas eleições. Sabemos que, infelizmente, ainda existem as velhas práticas.”

 

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Acabei de receber a notícia de que a Polícia Federal esteve em meu birô na rua Halfeld fazendo seu trabalho, investigando uma denúncia anônima, que rapidamente se provou infundada. De acordo com a denúncia, um candidato a vereador estaria distribuindo máscara como brinde, o que é proibido pela legislação eleitoral. Reitero que nossa equipe contratada recebe, além de uma camisa, uma máscara de proteção. Todos esses itens serão recolhidos ao final da campanha, conforme exige a lei. Gostaria de parabenizar a Polícia Federal pela excelente atuação. Nos colocamos à disposição das autoridades competentes. E vamos continuar fazendo uma campanha limpa e transparente como deve ser.

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Por meio de nota, a assessoria da delegada Sheila reforçou que nenhum material alvo da busca e apreensão foi encontrado no birô central de campanha. “Reiteramos ainda que a candidata não é alvo do mandado e teve seu birô como alvo por fazer parte da coligação cujo candidato a vereador era alvo da busca e apreensão. Esclarecemos ainda que em nenhum momento da campanha a candidata distribuiu gratuitamente qualquer material proibido, como máscaras de proteção, e que rejeita toda prática dessa natureza.”

Procurado pela Tribuna, o presidente estadual do PSL, Charlles Evangelista, informou que a campanha do partido oferece máscaras para todos os colaboradores. “Está na lei, não tem problema algum. Não encontraram nada (durante as buscas no comitê da delegada Sheila) porque trabalhamos totalmente lícitos.” Ele disse ter causado estranheza esse tipo de denúncia na reta final. “Aproveito para parabenizar a Polícia Federal pela atuação nessas eleições. Tenho certeza que também vão atuar em outras frentes, com relação a caixa dois, distribuição de brindes, boca de urna e outras coisas.”

Tópicos: eleições 2020

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