Betão defende regras para ocupação de Chapéu D’Uvas

Deputado estadual já apresentou projeto de lei para ordenar entorno da represa; pauta será uma das prioridades de seu segundo mandato


Por Renato Salles

12/01/2023 às 18h52

Segundo parlamentar, preocupação é com a possibilidade de contaminação da água no manacial (Foto: Cris Hubner)

O programa Tribuna Transamérica, da Rádio Transamérica de Juiz de Fora, deu sequência à série de entrevistas com os deputados eleitos com domicílio eleitoral na cidade. Nesta quinta-feira (12), a conversa foi com o deputado estadual reeleito Betão (PT). O parlamentar destacou a sua atuação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nos últimos quatro anos e ressaltou uma discussão que já foi colocada, mas que terá um olhar especial de seu gabinete neste novo mandato, que começa em fevereiro.

“Nós apresentamos vários projetos, mas tem um, em específico, que nós temos muito interesse que seja aprovado o mais rápido possível. É o projeto que trata da represa de Chapéu D’uvas, do ordenamento da ocupação do entorno da represa. Ela tem uma importância fundamental para Juiz de Fora, abastecendo, hoje, praticamente a metade da população”, pontuou Betão.

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Para o deputado estadual, da forma como o entorno da represa vem sendo ocupado, pode ocorrer, no futuro, “um processo de contaminação da água”. “As casas estão sendo construídas com fossas, mas, mesmo assim, essa contaminação pode chegar até a água.” Ainda sobre o projeto de lei, Betão afirma que uma de suas preocupações é evitar a forma de ocupação que já ocorreu na Represa João Penido.

“A proposta também quer trazer, junto à comunidade e àquelas pessoas que estão ocupando, a consciência de como ela deve se portar lá. Trabalha com o reordenamento da forma de ocupação, a distância da cota da União e como o esgoto deve ser colocado. É também um trabalho de educação ambiental para a população, para impedir que cheguem empreendimentos de grande porte naquela área.”

Ainda sobre o seu mandato atual, iniciado em 2019 que se encerra agora em janeiro, Betão destacou que seu gabinete encaminhou diversas emendas para Juiz de Fora e região. “Praticamente para todas as escolas da rede municipal. Metade para a saúde, obrigatoriamente, e a outra metade atende às escolas e também organizações sociais”, disse, ao detalhar a indicação de recursos estaduais para o município e a Zona da Mata.

Bloco de oposição

O deputado estadual ainda avaliou o cenário na nova configuração da Assembleia Legislativa, em que o governador reeleito Romeu Zema ainda trabalha para tentar construir uma maioria. Para Betão, que é um parlamentar de oposição ao Governo estadual, o bloco oposicionista na Casa cresceu em relação ao atual desenho do Poder Legislativo mineiro. Para o petista, uma maioria para o governador na ALMG depende do número de blocos parlamentares que serão formados na próxima legislatura.

“O PT, junto com a federação, que é formada também por PV e PCdoB, tem vinte deputados. Vamos nos aliar a outra federação formada pela Rede e pelo PSOL. Vamos ter um bloco muito forte. Maior do que nós tivemos agora. A discussão é se vamos ter um bloco independente ou se vai ser só um bloco de oposição e um bloco de situação. Se forem só dois blocos, o Zema tem probabilidade de ter quórum qualificado, de até 48 deputados”, avaliou.

A análise do deputado, porém, é de que o atual cenário caminha para a formação de três blocos, sendo um de situação, outro de oposição e um terceiro independente. Tais conversas, inclusive, passam pela eleição da presidência da ALMG. Segundo Betão, no momento, os integrantes do futuro bloco de oposição conversam para apoiar a candidatura de um nome considerado independente, o do deputado estadual Tadeu Leite (MDB).

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A intenção é fazer frente à candidatura do deputado Roberto Andrade, do Avante, que terá o apoio de Zema na disputa pelo comando da Casa Legislativa. “Seria algo parecido com o que foi com o atual presidente Agostinho Patrus (PSD – atual presidente da ALMG), que se manteve relativamente independente em relação ao Governo.” Betão, no entanto, afirmou que, em caso de uma ruptura nas discussões que vêm sendo tratadas, não descarta a possibilidade de que seja lançada uma candidatura própria do bloco oposicionista.

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