‘Acaba sendo um caminho natural’


Por RENATO SALLES

10/01/2016 às 07h00

Prefeito afirma que, em caso de mudança, secretariado irá manter

Prefeito afirma que, em caso de mudança, secretariado irá manter “perfil técnico”

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Apoucos meses do processo eleitoral que irá marcar a sucessão nos municípios, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) ainda evita falar de uma provável candidatura a um segundo mandato, fato que é dado como certo nos bastidores da política local. O peemedebista bate na tecla de que o momento ainda não é oportuno para a discussão sobre o pleito, além de possíveis alianças, e reafirma seu compromisso com os trabalhos relacionados à Administração. “Há uma insistência muito grande do partido nas esferas municipal e estadual e de nossos líderes políticos como o Antônio Andrade (vice-governador). Mesmo assim, só vou definir candidatura nos próximos meses. Ainda há muito o que fazer pela cidade.”

Apesar de evitar qualquer tipo de insinuação a uma pré-candidatura, Bruno admite que, desde que o dispositivo da reeleição para cargos executivos foi adotado no Brasil, a partir de 1997, a tendência dos gestores nas três esferas de poder é de trabalhar por mais quatro anos de governo. “Desde que criaram a reeleição, existe sempre uma tendência dos gestores que estão aptos a disputar a reeleição a retornarem à disputa.” Sem antecipar uma candidatura, o prefeito reconhece entretanto que a proximidade do período eleitoral poderá trazer impactos em sua Administração. Isso porque vários nomes do primeiro escalão de seu Governo são vistos como prováveis postulantes a uma cadeira na Câmara, o que pode forçar uma ampla reforma no secretariado municipal.

Entre secretários e diretores de empresas públicas do primeiro escalão, pelo menos sete nomes devem se desincompatibilizar em abril, o que corresponde a quase 30% do primeiro escalão de Bruno. Entre eles estão cinco ex-vereadores: Carlos Bonifácio (PRB), secretário de Esporte e Lazer; Flávio Cheker (PT), de Desenvolvimento Social; Francisco Canalli (PMDB), de Agropecuária e Abastecimento; José Sóter de Figueirôa (PMDB), de Governo; e Luiz Carlos dos Santos (PSD), diretor-presidente da Emcasa. Outros que são apontados nos bastidores como possíveis nomes na disputa pelo Legislativo são Marlon Siqueira (PMDB), diretor-geral do Demlurb e de Nilson Ferreira Neto, superintendente do Procon.

O próprio prefeito admite que a possibilidade de trocas no primeiro escalão é real. “É claro que irá existir alterações este ano. Mas isso também será realizado com calma, durante os primeiros meses.” Bruno, entretanto, defende que seu secretariado tem perfil técnico, padrão que pode ser mantido em caso de alterações no comando das pastas. “Há casos políticos, como a colocação do secretário Carlos Bonifácio (de Esporte), o que foi um pedido do ministro do Esporte (George Hilton, PRB) e está sendo muito relevante para as discussões das obras do Ginásio (Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos – aparelho cuja retomada da construção depende de licitação e aportes do Ministério do Esporte).”

Para justificar o argumento do perfil técnico de seu primeiro escalão, Bruno reforça que, hoje, seu secretariado tem cinco servidores de carreira comandando secretarias e autarquias importantes. São os casos de Andréia Goreske, titular de Administração e Recursos Humanos; Toninho Dutra, da Funalfa; Denise Vieira Franco, da Educação; Elizabeth Jucá, ex-Planejamento e Gestão e agora na Saúde; e Fúlvio Albertoni, da Fazenda.

Outro integrante importante da atual gestão que pode disputar uma cadeira na Câmara é o vice-prefeito Sérgio Rodrigues (PMDB). Tal hipótese permitiria a Bruno uma nova composição na tentativa de um segundo mandato, já que, em 2012, o prefeito venceu as eleições com uma chapa pura – possibilidade esta que também não pode ser descartada. “Na eleição passada, muitos achavam que eu não tinha nenhuma chance. Construímos uma chapa pura, e tenho um vice-prefeito excepcional, que se preocupa muito com a cidade. Mas esse também é um processo que ainda será conversado”, resume o peemedebista.

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Histórico

Curiosamente, desde que a possibilidade de reeleição para cargos executivos entrou em vigor no Brasil, a partir de emenda constitucional editada em 1997, apenas um prefeito de Juiz de Fora conseguiu se beneficiar do dispositivo. Em 2000, então no PMDB, Tarcísio Delgado se reelegeu para mais quatro anos à frente da Prefeitura, desempenho que nenhum outro depois dele conseguiu. Eleito em 2004, Alberto Bejani (PSL) renunciou em junho de 2008, para evitar uma possível cassação, o que poderia comprometer seus direitos políticos. À época, sua gestão estava cercada de suspeitas de irregularidades. O vice-prefeito José Eduardo Araújo assumiu o cargo seis meses, mas não se aventurou nas urnas em outubro daquele ano, quando Custódio Mattos (PSDB) acabou eleito. Quatro anos depois, em 2012, Custódio tentou um segundo mandato, mas acabou como o terceiro mais votado em eleição vencida por Bruno Siqueira (PMDB).

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