Advogado diz que Adelio agiu por motivação religiosa e política

Acusado do atentado contra Jair Bolsonaro passará por audiência de custódia nesta sexta


Por Tribuna

07/09/2018 às 11h36- Atualizada 07/09/2018 às 13h17

O advogado de defesa do autor da facada contra o candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), Pedro Augusto Lima Possa, confirmou à Tribuna, na manhã desta sexta-feira (7), que o seu cliente Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, preso em flagrante, após o ataque ao presidenciável, irá passar por audiência de custódia na Justiça Federal, às 16h, quando a juíza de plantão Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, deverá ouvi-lo. Um dos objetivos da audiência é avaliar as condições de sua prisão e uma possível transferência para outra unidade prisional como forma de garantir a integridade física do preso. Da sede da Polícia Federal, Adélio foi transferido para o Ceresp, durante a madrugada desta sexta.

Conforme o advogado, Adélio confessou e assumiu a autoria do atentado, mas afirmou que não tinha a intenção de matar. Ele teria agido por motivação religiosa e política, uma vez que não concorda com o discurso de Bolsonaro, que, na visão dele, é contra os pobres. Adelio tem uma passagem pela polícia. Há um registro de lesão corporal cometido em 2013, na cidade de Montes Claros, onde ele nasceu.

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Solteiro, Adelio completou 40 anos em maio e está em Juiz de Fora há pouco tempo, em busca de trabalho. Atualmente, trabalhava como garçom. O advogado Pedro Augusto disse que, na noite desta quinta-feira, seu cliente autorizou a Polícia Federal a fazer vistoriar em sua casa, na região central. As buscas foram acompanhadas pelo advogado e, segundo ele, nada de ilícito foi localizado.”

Ainda conforme o advogado, ainda é cedo para que seja estabelecida uma linha de defesa para seu cliente. “Ele (Adelio) é confesso e disse que não concorda com a ideologia de Bolsonaro. Ele disse que praticou sozinho, não teve pagamento, nem participação de outra pessoa”, ressaltou Pedro Augusto, que foi contratado pela familia do preso que acompanha o caso em Montes Claros. Pedro Augusto descartou que Adelio estaria seguindo Bolsonaro por outras cidades e disse que o preso relatou que sua conta do Facebook foi hackeada e que já tinha registrado um boletim de ocorrência. “Muitas postagens que estavam no seu perfil, segundo Adelio, foram feitas pelo hacker que assumiu a conta”, informou o advogado, acrescentando que ainda não tinha informações sobre a procedência da faca usado por seu cliente.

Lei de Segurança Nacional

Sobre a audiência de custódia, Pedro Augusto explicou que a juíza poderá manter Adelio preso, converter a prisão em temporária ou ainda conceder a liberdade provisória. “Meu cliente foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, que, no seu artigo 20, estabelece atentado contra a segurança nacional, políticos e candidatos a presidente, sendo sua pena diferente da prevista pelo Código Penal”, disse.

A Polícia Federal informou nesta sexta-feira ( 7), que um segundo suspeito de envolvimento no ataque contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, um homem de 27 anos, foi detido, ouvido e liberado, mas que segue na condição de investigado. A investigação mostra que o detido não teria ligação com o ataque ao candidato, mas incitação à violência.

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