Marisa Letícia pode ser nome de rua em Juiz de Fora
Projeto de lei na Câmara deve esquentar as discussões ideológicas no Legislativo municipal
Antes mesmo de ser liberada para ser discutida em plenário, uma homenagem proposta pelo vereador Wanderson Castelar (PT) já é vista nos bastidores da Câmara Municipal como um pavio para esquentar as discussões ideológicas no Poder Legislativo municipal. Por meio de um projeto de lei apresentado no mês passado, o parlamentar petista quer lembrar a esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia da Silva, falecida no dia 3 de fevereiro deste ano, após ter sofrido um AVC causado por um aneurisma em 24 de janeiro deste ano. O intuito de Castelar é o de eternizar a ex-primeira-dama com a denominação de uma rua localizada no Loteamento Caiçaras, no Bairro São Pedro. O texto da proposição defende ainda que, abaixo da denominação oficial do logradouro em questão, deverá constar a seguinte informação: “Primeira-dama do Brasil 2003-2010”.
Independentemente do mérito da homenagem, o assunto promete esquentar os ânimos. Os bate-bocas mais acalorados da atual legislatura foram motivados exatamente por manifestações de posicionamentos ideológicos distintos. Via de regra, as homenagens de viés político, como a sugerida por Castelar, aliás, tem sido recheada de polêmicas. No ano passado, a sugestão de André Mariano (PSC) de agraciar com o título de cidadão benemérito o deputado estadual Noraldino Júnior (PSC) causou mal-estar em parte dos vereadores e também fomentou discursos acalorados. O projeto de lei chegou a ser retirado antes do período eleitoral do ano passado – na ocasião, Noraldino disputou a Prefeitura -, mas acabou retomando sua tramitação este ano tendo sido aprovado em maio, com votos contrários de Castelar e Betão.
Outra homenagem a uma figura de relevância política que causou saia justa na Câmara foi sugerida pelo ex-vereador Nilton Militão (PTC). Em fevereiro de 2015, um projeto de autoria do ex-parlamentar que pretendia conceder título de cidadania honorária de Juiz de Fora ao então presidente da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), causou alvoroço no Palácio Barbosa Lima. A proposta chegou a receber parecer favorável das comissões técnicas, mas com o nome de Cunha cada vez mais envolvido em suspeitas de irregularidades e corrupção – que tornaram-se públicas após a apresentação do dispositivo – a sugestão acabou arquivada a pedido do próprio autor.