Professores rejeitam proposta da PJF e mantêm greve


Por Renato Salles

07/04/2015 às 16h24- Atualizada 07/04/2015 às 19h34

 

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Atualizada às 19h33

Em greve há 25 dias, centenas de professores municipais voltaram a ocupar as ruas centrais de Juiz de Fora e fazem, na tarde desta terça-feira (7), uma passeata pela Avenida Rio Branco, em meia-pista, no sentido Centro-Bom Pastor. Os manifestantes caminharam até o Calçadão da Rua Halfeld e chegaram a fechar as três pistas da da Avenida Rio Branco por cerca de cinco minutos. O trânsito na principal via da cidade ficou comprometido por 20 minutos.

Reunidos em assembleia na tarde desta terça-feira (7) no Ritz Hotel, a categoria voltou a negar proposta feita pela Prefeitura e aprovou por unanimidade a continuidade da paralisação por tempo indeterminado.

Em mesa de negociação formada na segunda (6), o Município sinalizou com a readequação imediata de cerca de 50 professores que passariam de regentes A (PR-A) para regentes B (PR-B), o que valeria para todos os servidores efetivos com licenciatura ou curso superior em qualquer área. De acordo com a Prefeitura, a recolocação significaria reajustes entre 36% e 47% para os beneficiados pela medida. A proposição apresentada pela Prefeitura trouxe outros dois pontos. Um diz respeito à adoção de licença remunerada pelo período de dois anos – prorrogáveis por mais dois – para que os professores regentes A que não possuem curso superior possam buscar a formação. O terceiro item trata da criação de uma nova carreira – com 40 horas semanais – e da realização de concurso público. A medida possibilitaria aos profissionais temporários a possibilidade de ingressar no quadro efetivo do magistério.

Nas ruas

Durante a assembleia e a passeata pelo Centro, a maior parte das falas dos grevistas atacaram o artigo 9º da Lei 13.012/2014, que permite ao Município a concessão de reajustes diferenciados aos docentes em casos específicos, de forma a evitar que profissionais que se encontram na base da carreira recebam abaixo do valor estabelecido pela Lei Nacional do Piso. A categoria pede a revogação do dispositivo, um dos pleitos que levou os servidores a cruzarem os braços.

Ferramenta de pressão, atos públicos como a passeata desta terça-feira têm sido recorrentes após as assembleias da categoria. Em busca de uma solução para o impasse que deixa a maioria dos alunos da rede municipal sem aulas, uma nova reunião entre representantes do Sindicato dos Professores e do Executivo municipal está agendada para a tarde desta quarta-feira. Os docentes voltam a discutir os rumos do movimento e as negociações com o Município nesta sexta-feira, às 14h, novamente no Ritz Hotel.

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A Secretária de Administração e Recursos Humanos da PJF, Andréia Goreske afirmou que o Município cumpre a Lei do Piso e que a Prefeitura tem se esforçado na busca por uma solução para o impasse. “Já apresentamos duas propostas, que, no nosso entendimento, não quebram a carreira dos professores e atendem principalmente àqueles com salários mais baixos”, afirmou a titular da pasta que ressaltou as dificuldades financeiras vivenciadas no país, “em um momento em que o governador Fernando Pimentel (PT) pede compreensão aos mineiros com relações às dificuldades financeiras para cumprir a Lei do Piso”.

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